quarta-feira, 28 de junho de 2017

A IGREJA ESTÁ EM PERIGO




Texto:

Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entres estes se encontram os eu penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzida de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles” (II Timóteo 3. 1-9).  


INTRODUÇÃO:


A igreja cristã está em perigo, e isso já há mais de 2000 anos. Paulo diz-nos neste texto que “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis” para a igreja. Dentro desse período dos “últimos dias” haverá “tempos” (épocas) de diferentes tipos; mas à medida que os “tempos” se aproximarem do fim, se tornarão “difíceis”. Esse termo significa perigosos, complicados, brutais.

Sem dúvida, essas características começaram a manifestar-se no tempo de Paulo e, hoje, estão mais intensas. Não se trata apenas de haver mais pessoas no mundo, ou de os noticiários poderem dar maior cobertura. Não. Ao que parece, o mal está mais profundo e ativo e vai sendo aceito e promovido na sociedade com ousadia cada vez maior e dentro da igreja.

Não se trata de algumas concentrações de rebelião aqui e ali. A sociedade toda parece agitada e rebelde. Por certo, vivemos em “tempos difíceis”.  

Muitas vezes nós atribuímos essa passagem bíblica profética para o mundo incrédulo logo antes da volta de Jesus. Totalmente errado isso não está, mas na verdade II Timóteo se trata do perigo de falsos mestres na própria igreja. Paulo disse a Timóteo que ele deve evitar essas pessoas – e isso já naquela época. No entendimento do apóstolo os “últimos dias” tiveram início com a primeira vinda de Jesus.

Saibamos: o Senhor nosso Deus guarda seus santos. No entanto, devemos ter cuidado e sobriedade – os apóstolos sempre repetiam isso, constantemente. Para não erramos, para conseguirmos isso, precisamos olhar para Jesus “o Autor e Consumador da fé” (Hebreus 12.2).

Repito: um cristão fiel não deve ter qualquer relacionamento com as pessoas que Paulo descreve nessa seção. É interessante observarmos bem as palavras de Paulo: ele diz que essas pessoas atuam a guisa da religião “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (v. 5). O terrível fato é que essas pessoas professam serem cristãs, que provavelmente desejam ser consideradas religiosas e santas. Elas têm, contudo, apenas “forma de piedade” apenas a aparência externa de seguidores da doutrina e da prática do Evangelho; mas o poder lhes falta.

Só o Espírito Santo torna a religião verdadeira, pois a fé sem obras e sem o fruto do Espírito é morta. “Negando-lhes”, uma palavra forte, implica em conhecer e, no entanto, rejeitar decisivamente a verdade. Paulo diz: “Foge também destes”. Evidentemente os tais devem ser considerados impossíveis de ser redimidos, capazes de causar tão somente danos. A expressão pode significar “repele-os” como um bom soldado repele o inimigo. Seu verdadeiro caráter está comprovado pelos seus pecados.                                                                                                   

Pelo menos dezoito características são relacionadas aqui, e é provável que Paulo tenha incluído outras.

Senão vejamos, detalhadamente:

1     - Paulo diz que “sobrevirão tempos difíceis”.

Notemos aqui o tempo futuro do verbo: “sobrevirão”, ainda que os tempos verbais presentes, nos versículos 5 e 6, indiquem que o mal que só mais tarde haveria de amadurecer, já estava em operação.

Paulo descrevia a sua própria época, algo que para ele ainda era futuro. Além disso, porém, há aqui um genuíno elemento profético. A heresia do gnosticismo – que é um conjunto de correntes filosófico-religiosas sincréticas que chegaram a mimetizar-se com o Cristianismo nos primeiros séculos de nossa era – era quase insignificante quando contrastada com as heresias futura, que surgirão imediatamente antes da segunda vinda de Cristo. Haverá uma apostasia de proporções gigantescas, quando o próprio Satanás será adorado, por intermédio do anticristo. O décimo terceiro capítulo de Apocalipse descreve-a com riqueza de detalhes.

É interessantes observarmos que “os homens”, no grego tem o artigo definido, significando não os homens ou a humanidade em geral. O contexto inteiro, especialmente o v. 5, sugere que essa manifestação do mal deverá ocorrer na esfera do Cristianismo professo. Não são os pagãos sem luz, mas aqueles que resistem à verdade e repudiam o poder do Evangelho que se tornam corruptos.

2     - Paulo diz que os “homens serão egoístas”.

No grego “philautos”, que literalmente é traduzido como “amantes de si mesmos”. Não se trata do amor-próprio, mas de amar indevidamente, tal como o amor às possessões materiais, que se devotam à autossatisfação do que ser agradáveis a Deus Portanto, trata-se de um mal, de um vício.

3 – Paulo fala de “avarentos”.

No grego, “philarguros”, que significa “amantes da prata”, isto é, “amantes do dinheiro”. O “amor ao dinheiro” é uma forma de “avareza”, a qual, por sua vez, é uma forma de idolatria. O indivíduo faz do seu próprio “eu” o seu deus. E o cobiçoso tem como seu deus o dinheiro, às possessões materiais. O amor ao próprio “eu” e o amor ao dinheiro servem de substituições ao amor de Deus, fazendo o próprio “eu” o centro do seu universos e isso é idolatria.

4     - Paulo fala de “jactanciosos”.

No grego, “alazon”, que significa presunçosos, arrogantes.

5     – Também ele fala de “arrogantes

No grego o termo é “aparephanos”, que significa altivos, orgulhosos. Sua forma verbal significa “brilhar” mais que algo, mostrar-se conspícuo, isto é, notável, homens que através do louvor próprio, desconsiderando e desprezando a outros, supostamente, seriam menos importantes do que eles mesmos.

6     – Fala de “blasfemadores”.

No grego “blasphemos”, aqueles que proferem palavras desrespeitosamente, quer a respeito de Deus ou homem, abusivas e degradantes. Os gnósticos diminuíam a pessoa de Cristo e a doutrina cristã, a fim de exporem suas doutrinas, por conseguinte, eram indivíduos blasfemos, mesmo que assim não tencionassem ser.

7     – Fala de “desobedientes aos pais”.

A falta de amor aos pais além de total desconsideração para com a sua autoridade, é próprio do paganismo; mas igualmente, caracteriza aqueles que repelem a autoridade de Deus, na apostasia.

8     – Fala também de “ingratos”.

No grego “acharistos”, isto é, sem gratidão nenhuma, os quais nunca são agradecidos. Esse pecado  também é atribuído aos pagãos, em Romanos 1.21.

9     - Paulo também fala de “irreverentes”.

 No grego, “anosios”, que quer dizer sem santidade, ou seja, iníquos, sem restrição na maldade praticada.

10  - Fala também de “desafeiçoados”.

No grego, “astorgos”, isto é, sem afeição natural, palavra usada somente aqui em Romanos 1.21, onde o apóstolo descreve os pagãos apóstatas.

11  – Paulo também fala de “implacáveis” 

No grego “aspondos”, que significa irreconciliáveis. Descreve não tanto aqueles que rompem seus pactos, e, sim, aqueles que não entram em relação de aliança. Trata-se da forma primitiva de libação, algo oferecido aos deuses.


12  – Ele também fala de “caluniadores

No grego, “diabolos”, um dos títulos dado a satanás, que destaca seu caráter de caluniador. São pessoas que procuram prejudicar a seus semelhantes com palavras cortantes, que normalmente envolvem o exagero nas informações,, distorcem a verdade até ao ponto da mentira desavergonhada. Tais pessoas não somente  entram em choque com os seus semelhantes, mas também amam propagar as dissensões, lançando uns contra os outros. Queremos acabar com uma igreja local? Muito simples: é só dar ‘asas’ e espaço aos caluniadores e o estrago estará feito...

13  – Paulo fala de homens “sem domínio próprio”. 

No grego, “akratos”, que significa sem autocontrole, inclinado para a autoindulgência. O resultado final é um “escravo” das paixões e concupiscências, um homem “viciado” em muitas práticas daninhas. E ao ser confrontado, fica bravo, a ponto que matar quem assim o estar confrontando...


   14 – Também fala de “inimigos do bem”.

Na forma grega a única palavra que temos é “aphilagathos”, que significa aqueles que não têm amor natural pelo que é bom, isto é, aborrecedores do todo bem, quer nas coisas ou nas pessoas.

15  - Também fala de “traidores”.

No grego, “prodotes”, que significa exatamente isso, traidores, traiçoeiros. Esta palavra se encontra no Novo Testamento por três vezes, aqui em Lucas 6.16 e Atos 7.52.

16  – Paulo fala de “atrevidos”. 

No grego, “propetes”, palavra usada somente aqui em Atos 19.36 e que se refere a uma pessoa “temerária” ou “ousada”. Esse atrevimento pode ser nas palavras e nas ações. São pessoas “ousadas” quando se entregam a maldades, visto que estão debaixo da influência de paixões descontroladas.

17  – Paulo também fala de “enfatuados”.

No grego, “tetuphomenos,  e aqui está em foco o hedonismo, isto é, a filosofia que procura no prazer a finalidade da vida. Há indivíduos que se deixam dominar por essa filosofia, mesmo que não o façam em seu credo, mas fazendo como prática de vida diária. 

     18 – Ele também fala dos “amigos dos prazeres que amigos de Deus”.
  
Homens capazes de qualquer sacrifício para obter qualquer prazer fugidio, mas nada dão a fim de honrarem ao Deus eterno. Essa é a própria essência do pecado e da prática do pecado, que na terminologia educacional se chama de “auto expressão”. É o amor ao próprio “eu”, que muitíssimos humanos têm, removendo-os para longe de Deus e do trono da vida, com desastrosos resultados para eles mesmos. Esquecem-se os tais que Deus é o “summum bonum”, a fonte originária de toda a vida.

É interessante observarmos mais alguns detalhes no texto. Paulo de “conhecimento da verdade” (v.7). Aqui inclui conhecimento do pecado (Romanos 3.2), de um lado, como também conhecimento da verdade, de acordo com a piedade, do outro (Tito 1.1). Implica em alcançar a salvação (Hebreus 10.26). A implicação aqui pode ser que essas pessoas não chegam ao conhecimento da sua condição de pecado mesmo sob o testemunho da igreja.

Paulo também fala de Janes e Jabmbres (v.8). São nomes de dois nome mencionados em certo Targum hebraico sobre Êxodo 7.11,22 como mágicos que se opuseram a Moisés. Essa comparação talvez implique, semelhantemente, no uso de poderes ocultos. A menção de Satanás anteriormente (II Timóteo 2.26) e a extrema corrupção das pessoas aqui descritas, como também da operação de maravilhas satânicas, sugere um paralelo com II Tessalonicenses 2.9-12.

O pronome demonstrativo “estes” no v.8, não são as mulheres do versículo 7, mas aqueles falsos mestres que as seduzem, que deliberadamente se opõem a verdade. A palavra adjetiva “réprobos” parece claramente implicar em uma condição de perdido (conf. II Coríntios 13.5; Hebreus 6.8; Tito 1.16). A respeito de “quanto à fé”, representa o Evangelho. O pronome “daqueles”, (v.9), é uma referência a Janes e Jambres.

A encorajadora mensagem de Paulo é que, tal como a verdade de Deus prevaleceu contra os truques dos mágicos do Egito, também o Evangelho triunfará contra todo o tipo de erro que possa levantar-se entre o povo de Deus. 

Saibamos de uma coisa e nos conscientizemos disso:

O Cristianismo hoje está sob ameaças. Não de inimigos externos: a pior sedução vem de dentro da igreja. Hoje encaramos a pior crise da Cristianismo desde a Reforma do Século XVI. As fissuras e polarizações atravessam igrejas, comunidades e até famílias. Isso se reflete num abaixamento de nível do lençol freático espiritual.

Cristãos sem fé genuína tornam-se um perigo ainda muito maior do que poderosos perseguidores dos cristãos. Assim, em seu discurso de despedida em Mileto, Paulo já alertava que os líderes da igreja em Éfeso:

Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um”. (Atos 2.29-31).

E no final do capítulo 20 de Atos, foram registradas palavras de grande emoção, em meio a um grande pranto que ocorreu entre todos os discípulos presentes, quando Paulo orou com eles.  E diz-nos texto:

Tendo dito estas coisas, ajoelhando-se, orou com todos eles. Então, houve grande pranto entre todos, e, abraçando afetuosamente a Paulo, o beijavam, entristecidos espacialmente pelas palavras que ele dissera: que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-nos até ao navio”. (Atos 20.36-38).

Tudo isso é dramático. Também na igreja cresce o desregramento. As boas ordenanças são questionadas. Quem vive segundo a Palavra de Deus é cada vez mais marginalizado e tachado de radical, nada flexível... Sim, as boas ordenanças de Deus são dissolvidas e questionadas. Alguns agora afirmam: Jesus mesmo disse que não se deveria separar o joio do trigo no campo (Mateus 13.29-30). Mas, meus amados, isso Jesus falou do mundo, não da igreja (Mateus 13.38). O campo é o mundo, então que ali tudo cresça até o julgamento. Na igreja é diferente, aqui no meio do seu povo, Jesus Cristo quer fidelidade e obediência à sua palavra! Não nos esqueçamos disso, jamais!

É fácil entender como aquele jovem colaborar de Paulo, chamado Timóteo, andava atemorizado: como ele seria mensageiro em tais circunstâncias? Não é diferente de nós quando enfrentamos a multidão de crentes descrentes e escarnecedores. Timóteo tinha  saúde muito frágil, com problemas para se alimentar. Paulo então quer encorajá-lo: “Tu, porém, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (II Timóteo 2.1).     

Há uma necessidade de uma conversão total, primeiro em nós, e depois também na proclamação. Não precisamos de palestrazinhas piedosas e melosas, mas de um apaixonado chamado a conversão em nossas igrejas locais.

Todos nós temos o coração em trevas, obstinados e desanimado – desencaminhado por tantas maldades e seduções. O profeta Jeremias diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9).    

Por isso Paulo explica a Timóteo aquilo que hoje é tão perigoso: “Saiba disso” (II Timóteo 3.1). Paulo deseja que Timóteo – e nós também – que seja forte, rijo e resistente.

Há algumas perguntas que não querem calar...

Está correta a minha posição adotada na igreja da qual faço parte? Sou coerente com a imagem de Deus? Ou vivo marcado pelo tempo maligno e distorcido, contando vantagens com frases arrogantes sem cobertura de atitudes convincentes?

Ah, meus amados, somos uma igreja fantástica, de forte crescimento e cheia de gente simpática: orgulhosa, atrevida, dura e convencida, cuspindo sobre os outros. É grave o que falamos por aí em nossos círculos de amizades. É grave quando traímos e rebaixamos o nosso próximo. Antes, deveríamos desculpá-lo, falar bem dele e levar tudo a bom termo.

Examinamos, hoje, detalhadamente, alguns tipos de pessoas que Paulo enumera que aconteceriam “nos últimos dias”.  É a Palavra que assim diz... E Paulo está escrevendo uma pastoral a Igreja. Quantos desses conflitos transcorrem em nossas igrejas: desobedientes aos pais, ingratidão, e infâmia, mas também falta de amor, de sentimentos e de coração. O texto também fala de impiedade. Esses são hoje títulos honoríficos em nossa sociedade. Nada mais é sagrado. Muitas famílias desmoronam...

E então vêm descrições de toda espécie, que podemos confirmar no meio em que vivemos. Irreconciliáveis. Disso resulta aquele terrível isolamento, porque isso destrói pontes! Caluniadores. Como é fácil nossos lábios articularem palavras maldosas sobre outrem! Sem domínio próprio. Brutais, cruéis, selvagens, inimigos do bem. Significa ausência de amor pelo bem, pela virtude, pela humanidade. Traidores, precipitados, soberbos. Arrogantes, orgulhos desmedidos. Em lugar do amor de Deus, busca-se satisfazer nosso próprio prazer.


CONCLUSÃO

Precisamos então nos examinar: será que sou uma reprodução dos tempos ou Jesus Cristo me resgatou do “presente mundo maligno” (Gálatas 1.5) por meio do Evangelho da cruz? Ali, Jesus, o Filho de Deus, tomou sobre Si todo o meu pecado. Por isso Paulo nos diz: “(Agora), já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.20). Por isso Paulo adverte Timóteo contra um cristianismo meramente externo, sem nada de nada. Sentimos uma grande angústia ao observar como todos nós somos capazes de representar pelas aparências, apenas formalmente. Será que a nossa fé não passa de teatralidade, de fingimento vazio, que nada diz? Um blefe, mera aparência, um faz-de-conta? Ou um efeito poderoso? Há necessidade de arrependimento pessoal seguido de oração, de muita oração!

A Palavra de Deus liberta. A Palavra de Deus assegura às pessoas que por meio de Jesus seremos transformados e renovados. Podemos assumir um compromisso de igreja fiel e crente, mas sem romper com o pecado e com o amor próprio, se não experimentarmos o poder do sangue de Jesus na cruz e o seu perdão, nada mudará em nossa piedade.

Que estas palavras encontrem guarida em nossos corações e que o Senhor Deus nos fortifique “na graça que está em Cristo Jesus”.

Que assim seja.


Pr. Barbosa Neto

domingo, 29 de janeiro de 2017

: COMENTÁRIOS SOBRE A IGREJA BRASILEIRA, SUA LIDERANÇA E A MÚSICA GOSPEL

Há dias eu disse para vocês, meus amados, que viria aqui e me sentaria ao seu lado, para tentar rabiscar alguns pensamentos que eu tenho sobre a tão propalada “igreja evangélica brasileira” independente de todas as suas cores denominacionais. Fiquei um pouco adoentado e adiei a oportunidade. Mas hoje estou aqui. Vamos conversar.  
E mesmo não andando bem de saúde, como outrora, tendo estado até internado, recentemente, para cuidados especiais - mesmo assim, não posso fazer corpo mole, senão vou pra cama e ficarei todo entrevado, e eu hein, tenho hoje procurado rabiscar algo bem pensado, bem analisado, em companhia da minha já tão rabiscada e anotada velha Bíblia sempre aberta ao meu lado, e com  muito cuidado, diante de Deus, pretendo dar a minha opinião, procurando não ser o “dono da verdade”, para não ser novamente chamado de “chato” por alguns, como já disseram que eu sou em alto grau – e eu concordei com essa analise sincera de alguns em número, gênero e grau! – e aqui estou tão-somente para fazer os demais companheiros pensarem juntamente comigo, sobre um assunto tão controvertido, e que depois de escrito, pretendo postar em todos os nossos grupos que tenho acesso ou naqueles que deixam que eu tenha acesso.
Vejam, estou com a minha Bíblia aberta, em II Timóteo 3.1-7, 14-15 e II Timóteo 4.2-5 e I Timóteo 6.11. Tenham toda a paciência possível comigo, mas eu preciso transcrever todos estes textos acima mencionados, para não dar trabalho a vocês de irem procurar em suas Bíblias:
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, amigos dos prazeres que amigos de Deus., tendo forma de piedade, negando-lhe entretanto, o poder. Fogo também deles. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade... Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus... prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se ás fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério... Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”.
Creio que eu ou estou ficando quase muito velho demais ou sou mesmo muito quadrado, ultrapassado demais e vocês necessitam ter uma paciência exagerada para comigo, pois Paulo diz: “suportai-vos uns aos outros...” (Colossenses 3.13), e ele também diz: “suportando-vos uns aos outros em amor”! (Efésios 4.2), por isso eu desejo que vocês me ajudem a descrever o quatro que se encontra pintado por aí afora, para que eu não faça uma análise estrábica e embaciada. Ajudem-me!
Enquanto cuidava das necessidades de seu rebanho, Timóteo também deveria cuidar de si mesmo. E Paulo o orienta: “Tem cuidado de ti mesmo” (I Timóteo 4.16). As palavras: “Tu, porém indicam um contraste entre Timóteo e os falsos mestres. Eram homens do mundo, enquanto Timóteo era um “homem de Deus”. Esta era a grande diferença! 
Paulo manda Timóteo fugir: “foge destas coisas” (I Timóteo 6.11).  “Homem como eu fugiria?”, perguntou Neemias (Neemias 6.11). Mas, em outras ocasiões, fugir aqui é sinal de sabedoria e um meio de alcançar a vitória. José fugiu quando foi tentado pela esposa do seu senhor (Gêneses 39.12), e Davi fugiu quando o rei Saul tentou matá-lo (I Samuel 19.10). O verbo “fugir” que Paulo usa aqui não se refere ao ato literal de correr, mas sim ao ato de Timóteo separar-se dos pecados dos falsos mestres. Trata-se uma repetição da admoestação em II Timóteo 3.5: “Foge também destes”.
Hoje o que não falta no “mercado” é falsos mestres. Eles trombam entre si. Parece-me, não comparando mal, eles estão ali na nossa esquina, olhando para nós, rindo de nós e para nós. Não satisfeitos, eles vem para a porta da nossa casa ou na porta da Casa do Senhor e, se nos descuidarmos e não vigiarmos, eles entrarão e sentarão ao nosso lado, e quem sabe, tentarão passar a perna em nós e começarão a querer nos ensinar e a querer ensinar ao nosso povo. Então hoje todo cuidado é pouco. Precisamos dormir com um olho fechado e outro aberto, bem aberto! Repito: todo o cuidado é ainda pouco!
Não queiram saber como estou temeroso em não ter ainda aprendido a amaciar os meus rabiscos, nem adocicar a escrita como gostaria, e como muitos sugeriram para não ser cada vez mais chato, mas para os comerciantes do templo o melhor instrumento ainda continua sendo o tradicional azorrague com firmeza, como assim fez o Senhor Jesus!...  
Hoje temos pastores e ‘pastores’ para todos os naipes, para todas as cores e para todos os gostos. O termo “pastor” para alguns ficou hoje muito pobre quase vazio, deselegante e passaram a usar o termo ‘bispo’, por ser mais chique e imponente, mesmo sem se importarem sobre o seu verdadeiro significado. E depois de certo tempo, não mais satisfeitos, fizeram um ajuntamento de ansiosos por novidades e sempre em busca de modismos, e se intitularam de ‘apóstolo’. Ora vejam só. Isso ficou muito mais chique! Mas também não ficaram satisfeitos e a invencione tresloucada já tem chegado a ‘pai-apóstolo’, e eu não duvidaria jamais que a recreação estapafúrdia de alguns, quem sabe, deixaria muitos a ficar satisfeitíssimos, se dentro de pouco tempo não pensassem em usar o termo honorífico de ’vice-deus’. Você duvida?! Não duvide, porque tudo é possível entre os estranhos moradores desse mundo de meu Deus!
Aqui para nós, o elemento que se intitula ‘apóstolo’, de duas uma: ou ele é ignorante ou ele é mal intencionado. Parto do pressuposto de que a maioria dos que se dizem ‘apóstolos’ não sabe, de fato, o significado desse termo e não entenda que esse ministério é um ministério que não existe mais, até porque, na minha pálida perspectiva, apóstolo, no que tange à revelação, é aquele que teve condições de ver o Senhor Jesus, de andar com Ele, e a condição de ter algumas revelações que se transformaram em livros aos quais nós consideramos canônicos. Esses entre nós não os temos mais. Eles cessaram.
Eu acredito que nós temos apóstolos numa outra perspectiva, indivíduos missionais que foram chamados para plantar igrejas em lugares onde nunca se teve absolutamente nada. O grande problema é que os ‘apóstolos’ modernos, os de hoje NUNCA saíram de sua cidade, nem do seu gabinete climatizado, e nem do seu trono majestoso, e nunca plantaram absolutamente nada, principalmente igreja nos termos bíblicos!
Tem vocação apenas para ‘mandar’. São os novos ‘coronéis da fé! São ágeis em tiram ovelhas displicentes dos apriscos dos outros, são mentores de outras igrejas, e agora arranjaram um termo exótico, um substantivo adjetivado de ‘cobertura espiritual, e se consideram os ‘donos da verdade’. E sua palavra é quase similar a Palavra de Deus: o ‘apóstolo’ falou, está falado e vira ‘escritura sagrada’ e não pode ser a sua palavra contestada... Quem pode manda; quem tem juízo e é subserviente, obedece. E ponto. É uma imitação grosseira do assim-chamado ‘magistério’ da Igreja de Roma. Da mesma forma como o assim-chamado “movimento de renovação carismática católica-romano” é uma imitação grosseira e herética (I Coríntios 10.19-20) diametralmente oposta aos pentecostais clássicos, históricos que, em minha opinião são crentes sinceros, embora com algumas de suas posições teológicas defeituosas. Defeito não é heresia.
Tenham paciência comigo e sejam um poucochinho mais generosos para comigo, no entanto eu faço uma distinção entre pentecostais clássicos, os históricos com os que se dizem ‘pentecostais’, os quais para mim, são destrambelhados, aqueles que surgem na calada da noite, e por falta do que melhor fazer, criam suas ‘igrejas’ estapafúrdias, com nomes mais estapafúrdios ainda e hilários, como botecos que surgem bem ali e que são montadas de qualquer maneira na primeira esquina. Acontece que, por causa do nosso preconceito doentio, misturamos alhos com bugalhos! Ou não?!...
Li certa vez no livro “Crise Evangélica” Editora Raízes, do notável jovem Pr. Luiz Tarquínio Pontes Neto, líder da PIB de Pato Branco-PR, que “a conversa que o Senhor Jesus teve com Pedro é impossível de ser esquecida! Talvez tenha sido a lição mais importante que ministrou ao apóstolo. Por três vezes, perguntou: “Simão, filho de João, tu me amas? Apascenta os meus cordeiros... pastoreia as minhas ovelhas...”,  apascenta as minhas ovelhas... (João 21. 15-17). Cristo desejava ensinar a Pedro por meio deste interrogatório que não havia nada mais importante do que o bem estar dos seus discípulos. Toda esta paciente conversa com o apóstolo tinha uma lição central, ministrada homeopaticamente por Jesus”.
E Luiz Tarquínio continua: “Trocando em miúdos, Jesus queria dizer o seguinte: Pedro, se você realmente me ama, se realmente deseja me servir, se quer encher meu coração de alegria, dando regozijo a minha alma, então, filho, cuide daquilo que é mais precioso para mim, tome conta do que me é mais caro, daquilo que Eu mais amo. Cuide, Pedro, das minhas ovelhas, dos meus cordeiros, assim como eu cuidei de você”! Que mensagem, que lição! 
Os ‘coronéis da fé’ são os ditadores do Evangelho, aqueles que tratam os filhos de Deus como pessoas que lhes servem com instrumento de satisfação pessoal. Hoje, vemos a multiplicação significativa de pessoas que acreditam que sejam donas das outras.
Dentro desta perspectiva, a pessoa não pode fazer absolutamente nada sem a autorização do ‘pastor ungido’, do ‘bispo ungido’, do ‘apóstolo ungido’ ou do ‘pai-apóstolo ungido’, seja quem for. Eles se acham ‘donos’ das coisas espirituais, donos de quem quer que seja. Partem do pressuposto de que, como são donos de herética ‘cobertura espiritual’, quando alguém ousa divergir deles, eles se arvoram e dizem que aquele insubordinado está ‘tocando no ungido do Senhor’ e se tocar no ‘ungido do Senhor’, aquela pessoa vai experimentar maldição. Meu Deus!... Eles decretam isso e lançam medo, pavor e, como muitas pessoas têm mestrado e doutorado em ignorância bíblica, por não ler e não ter intimidade com a Palavra de Deus ficam apavoradas e se tornam subservientes ou ‘vaquinhas-de-presépio” a esses “coronéis da fé...
Esses “coronéis da fé” trocem a Palavra de Deus a seu bel-prazer. Das vezes que o termo “tocar no ungido do Senhor” foi usado no Velho Testamento, estava apontando efetivamente para aqueles que tentavam matar uma pessoa, tirar a vida de um servo de Deus, como por exemplo, o caso de Saul (I Samuel 26.9). Isso significa tocar no ungido do Senhor e jamais discordar de uma ideia. O problema é que esses “coronéis da fé” acham que suas palavras são irrefutáveis, são inquestionáveis e o povão biblicamente analfabeto, acredita...  
O neopentecostalismo é uma praga que assola o nosso país, igual ou mais terrível que o catolicismo romano. No neopentecostalismo, a Escritura Sagrada é interpretada a partir de alegorias. Seus ensinamentos são resultado de uma hermenêutica inteiramente deficiente. Sendo assim, os textos das Sagradas Escrituras são por eles distorcidos propositadamente, a fim de tentar validar os ensinamentos do tal herético movimento, e essas distorções são gritantes, as quais eliminam quaisquer possibilidades de o neopentecostalismo apresentar uma mensagem essencialmente bíblica, é o engano praticado através do sagrado. É heresia pura! Por isso eles não podem jamais ser comparados aos pentecostais clássicos, se nós formos juntos em nosso julgamento e análise.  Eles não podem ser considerados evangélicos, mas uma seita perigosa, diabólica, a qual precisa ser combatida.
Outra heresia que percorre o Brasil e é aceita por muitos, é a tal “maldição hereditária”, defendida pelo tal neopentecostalismo. A Bíblia Sagrada nos ensina: “...conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará... Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres...” (João 8. 32,35). Se tivermos aceitado em nossa vida o sacrifício de Jesus, Ele verdadeiramente nos libertou das trevas e Deus mesmo nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Colossenses 1.13). Paulo afirma: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). O versículo não diz “nenhum erro”, “nenhum fracasso” e, nem mesmo, “nenhum pecado”. Os cristãos caem, cometem erros e pecam. Abraão mentiu sobre a esposa. Davi cometeu adultério. Pedro tentou matar um homem com sua espada. Por certo, esses homens sofreram as consequências de seus pecados, mas não sofreram a condenação!
Agora” é adverbio de tempo e “agora, pois” é conjunção conclusiva e deixa claro que “já nenhuma condenação há”, uma verdade extraordinária e a conclusão de uma argumentação primorosa. A base para essa certeza maravilhosa é a expressão “em Cristo”.
Em Adão, fomos condenados, mas em Cristo não há mais condenação nenhuma! E Paulo diz mais: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5.17). Este é o aspecto positivo de nossa identidade com Cristo: não apenas morremos com Ele, mas também fomos ressuscitados com Ele para que pudéssemos andar “em novidade de vida” (Romanos 6.4). Uma vez que morremos com Cristo, vencemos o pecado e, uma vez que vivemos com Cristo, podemos dar frutos para a glória de Deus (Romanos 7.4).
A cruz de Cristo foi suficiente para cancelar todo tipo de dívida que existia contra nós (Colossenses 2.14). Eu não preciso mais quebrar maldição hereditária nenhuma, eu não preciso voltar ao passado, eu não preciso reconhecer nada. Eu preciso somente confessar os meus pecados ao Senhor que me livra de todo o mal. Alguém disse com grande propriedade que “Cristo morreu pelos nossos pecados para que pudéssemos viver a viva Dele para Ele”. Por que, então, pensar em “maldição hereditária”? Isso é heresia, sem qualificativo!
Apesar do suposto crescimento numérico dos evangélicos no Brasil, parta da Igreja brasileira, independente de suas cores denominacionais, encontra-se enferma, o que nitidamente se percebe mediante aquilo que tem sido pregado em muitos púlpitos. Em nome de uma espiritualidade equivocada, pastores têm proclamado as mentiras da confissão positiva, as da assim-chamada “teologia da prosperidade” e do movimento gospel.
Não existe nenhuma relação entre a obra redentora de Cristo com a “teologia da prosperidade”. O fato de o Senhor salvar o pecador não concede a este o direito de prosperidade ou enriquecimento. Se assim fosse, todos os cristãos de todos os tempos e de todas as nações deveriam enriquecer o que não acontece.
As consequências deste tipo de evangelho tem sido as piores possíveis, proporcionando, com isso, um falso entendimento por parte de muitos sobre o que, de fato, seja o Evangelho. O verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia Sagrada e não nas invencionices dos homens. A Bíblia Sagrada é o escudo que nos protege do erro. Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.
A pregação da Palavra precisa ser mais valorizada em nossos cultos. Deve haver mais espaço para a proclamação da Palavra de Deus. Temos, ultimamente, dado bem mais espaço para o louvor, não que o louvor não tenha o seu espaço, mas devido a grande ênfase dada à musica em nossas igrejas, abandonamos a centralidade da pregação, a proclamação da Palavra é prioridade. Resgatar a Escola Bíblica Dominical. O ensino da Palavra é primordial, a igreja local precisa estudar mais as Sagradas Escrituras, conhecer mais as Escrituras, ter familiaridade e intimidade com as Escrituras Sagradas, e fazer delas a sua única e exclusiva regra de fé. Devemos valorizar os cultos de ensino e levar a igreja local ao desejo de conhecer a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Isto é de fundamental importância!      
O surgimento das assim-chamadas “igrejas neopentecostais” acabou trazendo complicações seriíssimas para a Igreja brasileira, independente de suas cores denominacionais. Precisamos pregar a essência da Palavra de Deus e o amor pelas almas perdidas. E os prejuízos que o ensino espúrio da chamada “teologia da prosperidade” tem trazido para o Evangelho genuíno é espantoso.
Essa “teologia” é espúria, é antibíblica, não tem fundamentos teológicos saudáveis. Deus não chamou os homens para serem ricos ou todos ricos. Eu acredito até que uma pessoa possa experimentar a possibilidade de ser rico. A prosperidade está para além da riqueza, para além de grana no bolso ou na conta bancária. Prosperidade aponta para uma série de fatores que faz o indivíduo viver a vida de forma saudável, bíblica e próspera. Por exemplo, ter uma família bem estruturada, relacionamentos saudáveis entre pais e filhos e um convívio conjugal altamente exemplar, equilibrado, faz toda a diferença. Lamentável, mas muitos pastores por aí afora, não tem uma vida conjugal exemplar... os filhos que o digam...
Acredito que o neopentecostalismo anda desesperado, há uma invencionice que tem ultrapassado o bom senso, vejamos as últimas reportagens, os absurdos e as mentiras que seus lideres propagam para angariar dinheiro. Até agressões inexistentes, fantasmagóricas, espantosas, mentirosas.  O cúmulo do absurdo. Por causa disso, o neopentecostalismo – visão minha – está entrando num processo de declínio automaticamente vertiginoso, pelo fato de que ele não consegue responder às demandas e aos dramas das pessoas através das suas ações confusas e mentirosas. Boas partes dos neopentecostais se transformaram em desigrejados, estão feridos na batalha e deixados no meio d estrada, e que podem transformar-se em agnósticos.
Qual a esperança da chamada Igreja evangélica brasileira? Voltar às Sagradas Escrituras, pregar o Evangelho genuíno, a Palavra da verdade do Evangelho.  Sem isso, fracasso total...
Se quisermos conhecer quantos, os milhares que se encontram decepcionados com estas ações ditatoriais, leiam: “Feridos Em Nome de Deus” de Marília de Camargo César (Editora Mundo Cristão) e “O Que Estão Fazendo Com A Igreja” de Augustus Nicodemus (Editora Mundo Cristão) e “Crise Evangélica” obra acima já citado dentre outras.  Vocês irão ficar chocados!  
Por último queremos falar sobre a música gospel. Hoje são canções antropocêntricas, de pensamento positivo, canções puramente ‘comerciais’, algumas cantadas e divulgadas por cantores de vida duvidosa e de péssimo ou nenhum testemunho, e é exatamente isso que vem sendo cantado por aí afora em nossas igrejas! Será que estou sendo “chato” ao comentar sobre isso? Analisemos e pensemos sobre isso com o carinho devido e muita responsabilidade perante o Deus que servirmos!... 
Qual a diferença da verdadeira adoração para o movimento gospel aderida por várias igrejas? Basicamente uma: o louvor entoado pelo movimento gospel é ensimesmado, focado no nome e extremamente antropocêntrico, onde no final das contas o que importa é a satisfação do “freguês. E a galera gosta!... E corre para o abraço!... É só dançar, dançar e dançar... O povo judeu era um povo que dançava e se alegrava diante de Deus. Porém, ao que nos parece, vivemos em outro contexto geográfico e cultural. Um louvor bíblico visa à glória de Deus, tem Cristo no centro e não busca seus próprios interesses, nem exalta as suas conquistas pessoais e nem exige os seus ‘direitos’ e nem anda determinando as propaladas “bênçãos do Senhor”, sem nenhum compromisso sincero com o Senhor das bênçãos! 
Para finalizar mesmo, dou espaço para o Luiz Tarquínio o qual diz: “No sistema eclesiástico atual, não faltam estrelas brilhantes e deslumbrantes. A carência é de ministros. Há muito cacique para pouco índio. Vivemos na era dos pastores “super stars”, do show gospel, das megas igrejas, no tempo dos ministérios. Ministérios misteriosos, pelo menos para mim que não tenho “entendimento profético”...   O líder não pode desafinar de sua vocação profética, não pode se escusar de tal chamado, não pode ter responsabilidade em agradar ouvintes. Essa talvez seja uma de suas maiores tentações. E os novos profetas, no afã de encher a (sua) igreja, vão condescendendo com o que é mau, com o que não é cristão, pregando não aquilo que Jesus mandou, mas o que os inflamados egos de suas plateias requerem, ordenam, pedem, exigem. Líderes ansiosos por conquistar almas, não para Deus, mas para si próprios, disfarçadamente...
E ele diz mais: “Numa época de tantos caciques, procura-se desesperadamente por índios operosos. Mas a onda da liderança tem feito os operários desaparecerem, todos se transformaram em grandes gestores, importantes pregadores, (mas) péssimos pastores”.   
Pensemos muito sobre o que acima foi dito e peça a orientação de Deus para sua vida, meu querido irmão, amigo e companheiro!
Um grande abraço!
Pr. Barbosa Neto 
Fortaleza - CE 


VIVEMOS DIAS DIFÍCEIS E CONTURBADOS E CONFUSOS NO SEIO DA IGREJA EVANGÉLICA BRASILEIRA INDEPENDENTE DE SUAS CORES DENOMINACIONAIS..

Pode ser que muitos dos companheiros e líderes não concordem como todo ou em parte das palavras que serão ditas abaixo, mas a grande verdade é que estamos vivenciando, como povo de Deus que somos ou deveríamos ser, situações estranhas à Sagradas Escrituras.
Líderes evangélicos sérios e comprometidos com a Palavra tem levantado no Brasil um clamou chamando a nossa atenção por uma reforma na Igreja em nosso País. Mas que caminho correto devemos seguir para o bom êxito dessa reforma tão almejada por alguns poucos? Creio que os passos deverão ser os mesmo tomadas no Século XVI. Devemos nos voltar para as Sagradas Escrituras e somente para elas, deixando de lado quaisquer crenças que não estejam fundamentadas na inerrante, infalível e suficiente Palavra de Deus e fugir desse pragmatismo desenfreado que invade as nossas igrejas. A reforma da teologia sempre desemboca na reforma ética. A sã doutrina baliza a vida. Aquilo que cremos é o fundamento da conduta de cada um de nós.

Muitas pessoas que se dizem ‘pastores’ e proclamadores da Palavra da verdade, que pipocam em todos os quadrantes de nosso País, criam da noite para o dia e defendem heresias que fogem completamente da essência das Sagradas Escrituras. É a ignorância da Palavra de Deus. Já no passado o profeta Oséias alertou: “O meu povo foi destruído (está sendo destruído) porque lhe faltou (falta) o conhecimento...”. Oséias 4.6) O profeta Malaquias nessa mesma linha de pensamento afirma: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca os homens procuram a instrução, porque ele é mensageiros do Senhor dos Exércitos” (Malaquias 2.7). Quando a liderança é confusa, o povo é entregue a toda sorte de doutrinas estranhas, e a sã doutrina é colocada de lado. Cabe aos verdadeiros líderes, homens de Deus, vigiarem e proteger o rebanho do Senhor de ataques perverso dos lobos vorazes. Paulo advertiu: “Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”.  (Atos 20. 29-30).

Aquele que são chamados e vocacionados para pastorear a Igreja de Deus precisam conhecer e muito bem a palavra e saber discernir o que vem de Deus e o que é fogo estranho. Se os líderes não estiverem comprometidos com a Verdade, jamais – JAMAIS – combaterão o erro.

O apóstolo Paulo ensina que o obreiro precisa conhecer muito bem as Sagradas Escrituras, para poder bem interpretá-las. Esse conhecimento não necessariamente precisa passar por um treinamento formal num curso teológico acadêmico. Há pessoas que são autodidatas e têm um domínio extraordinário das verdades bíblicas, sabem pesquisar, sabem a fontes cristalinas. A ordenança divina é esta: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Timóteo 2.15). O resto é invencionice.
Nos últimos tempos muitos obreiros, até conhecidos líderes, defendem ardorosamente conceitos e correntes teológicas a ponto de se esquecerem de defender Cristo e a sua mensagem. Perguntamos: até que ponto a discussão sobre o Calvinismo extremando ou moderado e o Arminianismo clássico pode ser saudável para o cristão dos nossos dias? Nós, os obreiros, precisamos conhecer o que diz esta ou aquela vertente teológica. Examinar com precisão o que essas correntes dizem e se suas afirmações estão amparadas mesmo ou não na Palavra de Deus. Deus não tem compromissos nenhum com a palavra do homem, mas com a sua Palavra. O profeta Isaías diz: “...assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Isaías 55.11). Nós, pastores, que somos de fato vocacionados e chamado por Deus, assim o fomos, porém, para pregar única e exclusivamente a Palavra. Paulo inspirado pelo Senhor Deus dar instruções: “...prega a palavra (imperativo, uma ordem), insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”. (II Timóteo 4.2).  Instar é pedir com insistência, com instância,, solicitar reiteradamente, insistir.

Nosso papel, como pastores e líderes, não é discutir correntes teológicas no púlpito, mas expor a Palavra de Deus, pois ela é viva e eficaz. O autor de Hebreus diz: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12). E Paulo diz mais: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que fostes inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem  de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. (II Timóteo 3.14-17).

As correntes teológicas são uma sistematização humana que podem ajudar na melhor compreensão da verdade, mas elas não substituem a Verdade! Nosso papel é pregar a Palavra e não as correntes teológicas de nossos púlpitos. Que isso vem claro, sem sobra de quaisquer dúvidas. O apóstolo mais uma vez é oportuno, quando escreve: “Porque tanto os judeus pedem sinais, como o s gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (I Coríntios 1.22-24). Para isso fomos chamados e comissionados, não nos esqueçamos disso, jamais!
Muitos de nós, os pastores, estamos mais preocupados em defender a fé do que propriamente pregar o Evangelho, que segundo alguns estudiosos seria o mais importante. Penso que o Evangelho precisa ser proclamado. Esse é o nosso papel primordial como pastores que somos ou dizemos ser e como crentes em Cristo Jesus que somos. O Senhor Jesus disse, dando-os uma ordem: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). Há momentos, entretanto, que precisamos defender o Evangelho. Eis o que nos diz o apóstolo Paulo: “Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho” (Filipenses 1.15-16).

Quando os hereges atacam a  fé cristã, precisamos de mestres que, como sólido conhecimento, reprovem as heresias dos falsos mestres, e firmem na mente do povo, as verdades eternas das Escrituras Sagradas. Foi isso, por exemplo, que Paulo fez quando os membros das seitas dos fariseus falaram para os crentes gentios que se eles não se circuncidassem não poderiam ser salvos. “Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos... insurgiram-se, entretanto, alguns da seitas dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés” (Atos 15.1,5). Para refutar esses hereges, Paulo escreveu sua carta aos Gálatas, e nessa carta, Paulo repreende os crentes que estavam sendo seduzidos pelo falso ensino desses judaizantes: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gálatas 1.6-8).

A responsabilidade de pregar o Evangelho da graça foi dada a todos aqueles que foram vocacionados e chamados para salvar vidas. Mas hoje em dia está difícil encontrar verdadeiros e fiéis proclamadores da graça de Cristo, porque muitos de nós estamos, quem sabe por descuido ou entusiasmos outros, envolvidos com assuntos para os quais os Senhor não nos vocacionou e chamou. No entanto, muito embora haja um surto de falsos mestres, com suas perniciosas heresias, é preciso lembrar que há ainda “sete mil... não se dobraram a Baal, o toda aboca que o não beijou” (I Reis 19.18). 

Muitos dos nosso companheiros podem até mesmo não concordar com as minhas palavras, e é um direito que lhes assiste, mas se dermos uma boa olhada para o cenário nacional, tenhamos que forçadamente ver e admitir isso, quer queiramos ou não!...
Há um remanescente fiel que, mesmo no anonimato, permanece fiel a Cristo e à sua Palavra. O que importa é que, nós que fomos alcançados pela graça devemos pregar “a tempo e fora de tempo” (II Timóteo 4.2 (corrigida). A verdade é como a luz, sempre quando ela chega espanta as trevas. A verdade prevalece e ninguém pode ir contra ela!

Saibamos todos: primeiramente, que a vocação pastoral é sublime! Precisamos nós, os pastores, compreender a grandeza dessa obra e para a qual fomos chamados. Paulo escreve: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja” (I Timóteo 3.1). Segundo, precisamos fazer essa obra com muita, mas muita humildade, alegria e unção do Espírito Santo. Sem unção, aquele vinda do alto, bateremos apenas em ferro frio. Pensemos sobre isso. Terceiro, a vida de nós, os pastores, é a vida do seu pastorado. Não há como dissociá-la, jamais! O exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz de fazê-lo! Quarto, precisamos conjugar conhecimento e piedade, ou seja, ter luz na mente e fogo do coração. Precisamos orar e orar, e pregar e pregar com fervor. João Wesley, sua história às vezes desconhecida de muitos de nós, dizia: “ponha fogo no seu sermão ou ponha o seu sermão no fogo”. Muitos sermões que hoje são proclamados e ouvidos por aí afora, penso, apenas penso, deveria ser jogado no fogo... Eles não batem com a vida íntima do pregador... Quinto, nós, os pastores, precisamos amar a Deus e as ovelhas de Deus. Uma coisa é amar a pregação, outra completamente diferente é amar as pessoas para quem pregamos. Nós, os pastores, precisamos ter o cheiro de ovelha e não simplesmente de perfumes franceses de últimas gerações!...   

Interessante observar, é que o ser humano tem uma tendência inata para seguir o que é errado. A estultícia está ligada ao coração do homem desde a sua meninice. A inclinação para o erro é a tendência natural do ser humano. Por isso, as seitas crescem, as heresias são acolhidas com tanta facilidade e os falsos mestres são tão populares. O crescimento da assim-chamada “teologia da prosperidade” é resultado da falta da verdadeira pregação, a pregação do Evangelho da graça, a mensagem da cruz. O Evangelho cristalino nunca foi popular. Ele está na contramão do que pensa o mundo. O Evangelho verdadeiro e cristalino fere, do qual escorre o sangue de Jesus, fere o orgulho do homem. Ele não promete amenidades, mas exige renúncia e mudança radical de vida. Não promete riquezas neste mundo, mas herança imarcescível no céu! Mais do que combater a “teologia da prosperidade” precisamos pregar o Evangelho, pois quando um homem, o pior que ele seja, é convertido e se rende aos pés de Jesus, diante da sua cruz, então, de fato, ela passa a ser próspero, pois tem vida superlativa, maiúscula e abundante em Cristo Jesus. Há muita gente acreditando, piamente, na “teologia da prosperidade”, mas caminhando recreativamente para o inferno e não sabe disso!... Mesmo sendo pobre é muito rico, pois é  Filho de Deus, herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo, pois Paulo afirma: “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo...”) Romanos 8.17).

Precisamos pregar com fidelidade, orar com fervor, buscar a santidade, viver sensata, justa e piedosamente neste mundo. Não pode existir um abismo entre o que falamos e o que fazemos. Não pode existir um hiato entre nossa teologia e a nossa ética e vida familiar e social. Às vezes o povo não nos escuta, porque o som das nossas palavras são abafados pelo exemplo que damos. Não nos esqueçamos que temos vizinhos e eles escutam e vê... Eles tem ouvidos para escutar e olhos para ver... Isto é muito sério. Não podemos pregar uma coisa e viver outra. Precisamos ser consistentes! As pessoas reconhecem, de longe, se houve mudanças em nossa vida e quando elas presenciam mudanças, elas almejam também ter este mesmo tido vida e aí sim, a nossa voz é ouvida, às vezes no silêncio do nosso viver!

A Bíblia Sagrada está cheia de homens e mulheres que tiveram suas vidas mudadas radicalmente. A Bíblia está cheia desse equilíbrio. Jesus, o Verbo eterno, “se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1.14). Nós, devemos crescer “na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (II Pedro 3.18). Para se alcançar esse objetivo, devemos nos esmerar no estudo diuturno, das Sagradas Escrituras. Devemos buscar a face de Deus em oração, diariamente, várias vezes ao dia, rogando a Ele que nos ilumine, nos capacite e nos revista de poder para viver de forma piedosa.

Mas, precisamos entender: o conhecimento não é apenas intelectual, mas, sobretudo, relacional, intimidade com o Senhor nosso Deus diariamente! Quanto mais conhecemos a Deus, mas O admiramos! Mais nos deleitamos nEle. Mais desejamos torna-Lo conhecido!
Para isso que o Senhor nos vocacionou e chamou para o ministério! Só para isso! Nada mais que isso!

Lembremo-nos constantemente do que escreveu o apóstolo Paulo: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo pé satisfazer àquele que o arregimentou”! (II Timóteo 2.4).  

Meu Senhor, obrigado por estares transformando a minha vida, milagrosamente, a cada vez mais do que ontem, para que eu possa ser apenas e unicamente o teu servo!... Obrigado, Senhor!

Abraços,
O vosso menor conservo e inútil,
Pr. Barbosa Neto
Fortaleza – CE.




quarta-feira, 20 de abril de 2016

O trabalho do verdadeiro proclamador da Palavra.


II Coríntios 4.1-7

Meus amados companheiros:

Sempre é salutar examinar a Palavra de Deus para sabermos sobre o que ela nos diz, nos orienta, nos ensina.

O texto acima fala sobre o trabalho do evangelista, a utilização de métodos na evangelização e a necessidades da presença discreta do proclamador da mensagem. Leiamos, pois o texto acima.

Neste texto, entendo que Paulo está envolvido em uma descrição de sua pessoa e de sua obra, substanciando a sua autoridade apostólica e apresentando a sua metodologia. Fala-se muito hoje me ‘métodos de crescimento de igrejas’, mas será que estes métodos mirabolantes estão em total acordo com a Palavra de Deus ou apenas em métodos de homens e alicerçados em paradigmas desenfreados?

Neste texto acima mencionado, essa descrição é apresentada não como sendo uma faceta peculiar de sua personalidade, de caráter efêmero e temporal, mas como instrução mesmo. O desejo de Paulo é que os integrantes daquela igreja aprendessem com sua mensagem e método a definir as prioridades e a discernir o que deveria ou não ser aplicado. Senão vejamos.

Nesse sentido, ele inicia apresentando a primeira de duas realidades quer iria expor, e intercaladas por dois grupos de ações ou atitudes esperadas dos crentes, como consequência da reflexão sobre as realidades apresentadas.

A primeira realidade está no versículo 1. Ali lemos que o trabalho cristão não ocorre sem problemas. O ministério de Paulo era uma dádiva de Deus, segundo as suas misericórdias. Este ponto já substancia a origem do ministério e a situação do mensageiro: não vem em função das qualificações do pregador e muito menos de qualquer apelo à bondade ou justiça pessoal, mas unicamente pelas misericórdias de Deus. A execução desse ministério, de origem divina, não havia sido nem era fácil. Paulo diz que ele não desfaleceu. Isso é uma indicação que por vezes esteve prestes a passar por tal situação, talvez em função da grande rejeição de sua mensagem, como lemos nos versículos 3 e 4, mas, no conjunto final, foi sustentado pela graça de Deus.  

Com essa convicção, de que o ministério procede de Deus e que este mesmo Deus sustenta, Paulo passa a enumerar o primeiro grupo de atitudes que estavam presentes em sua vida e que devem estar presentes na vida do evangelista fiel. Essas atitudes estão todas contidas no versículo 2 e são, vejamos:

a)   A rejeição do mal explicito. Paulo as chama de “coisas vergonhosas”. São questões e situações tão evidentes que até no conceito dos descrentes são identificadas como questões erradas e pecaminosas. Tais coisas não têm lugar na vida do mensageiro de Deus, pois elas são incompatíveis com a mensagem e agem, na realidade, de forma prejudicial ao evangelho.
b)  A não utilização da astúcia. Paulo vai além e indica que o evangelista fiel não apenas rejeita as coisas claramente erradas, mas também evita aquelas situações sutis, que podem ser alvo de dupla interpretação, que não espelham transparência – isto é: as artimanhas, os truques, o enganar a alguém, ou o fazer qualquer obra com vistas a resultados sem considerar a correção das ações, não devem fazer parte da metodologia do servo fiel. Este é um ponto mais desrespeitados na cena contemporânea da transmissão da mensagem. E isso também acontece em nosso meio. Em função de uma falsa compreensão do que seja a conversão – ela não é considerada um milagre da parte de Deus, mas também apenas a eficaz aplicação de técnicas humanas de persuasão psicológica – procurar-se não se “perder tempo”, não se deixar “as oportunidades fugir”. Assim, muitos pensam a ter uma visão pragmática da pregação, onde o “vale tudo” tem toda a ênfase, desde que supostos resultados sejam alcançados. Por isso em nossas igrejas locais espalhadas por aí afora, estão cheias de pessoas vazias, incluindo pastores, que nunca “nasceram de novo”, nunca tiveram suas vidas transformadas milagrosamente e, em razão disso, pensam que estão salvas, mas que na realidade, podem estar caminhando recreativamente para o inferno. Esta é uma realidade triste, mas é uma realidade.
c)   O não adulterar a Palavra de Deus. A versão corrigidas de Almeida traz não falsificar, o que também é uma tradução veraz do texto original. Apesar de termos aqui uma situação paralela à anterior, o significado é expandido. O termo significa, na realidade, utilizar isca de peixe. É interessante que a Palavra de Deus compara o pregar e a conversão à uma pescaria, mas é a pesca com redes e não com anzol e iscas: os peixes são compelidos a vir ao pescador, não enganados com uma falsa refeição, que é o que ocorre no caso da isca e do anzol. Prestemos muito bem a devida atenção sobre este fato, esta estratégia pode ser muitas das vezes enganosa.
d)  O confiar que a consciência das pessoas será atingida pela manifestação da verdade. Para Paulo, o mal explícito era impensável e as artimanhas, as iscas, as astúcias, ou até mesmo o adulterar da Palavra, era inconcebível e desnecessário. Isso ocorria exatamente porque a sua confiança estava não nos métodos falíveis humanos, mas na certeza, dada por Deus, de que a manifestação da verdade atingiria os propósitos divinos. Daí o seu zelo e atenção dada ao conteúdo. A transmissão tinha de ser das verdades de Deus e nada mais que isso. Apernas isso. Nada de astúcias e de métodos humanos. Muitos falsos mestres de hoje afirmam que suas doutrinas são baseadas na Palavra de Deus, mas tais mestres usam a Palavra de maneira enganosa. Podemos provar qualquer coisa pela Bíblia, distorcendo as Escrituras fora do contexto e rejeitando o testemunho da própria consciência. A Bíblia é uma obra literária, sobre a qual devem ser aplicadas as regras fundamentais de interpretação. Se as pessoas tratassem outros livros da maneira como tratam a Bíblia, jamais aprenderiam coisa alguma.   

Por que os falsos mestres eram tão bem-sucedidos em granjear convertidos? Porque Satanás cega a mente do pecador, e o ser humano decaído tem mais facilidade em acreditar em mentiras do que crer na verdade. Vejam II Coríntios 4. 3-4 lendo o texto com bastante atenção. O mais triste é que Satanás usa mestres religiosos para enganar as pessoas. Muitos dos que hoje pertencem a seitas eram membros de igrejas cristãs, sabíamos disso?

Nos versículos 3 e 4 Paulo apresenta uma segunda realidade. Ela é: o evangelho sempre será encoberto aos que se perdem. Cabe ao evangelista a execução fiel de sua tarefa e a apresentação cuidadosa da mensagem, descansando os resultados nas mãos de Deus. Longe de ser uma razão de desespero ou de impotência, essa constatação nos leva a uma atitude de ação de graças, pois o posto é igualmente verdade: o evangelho é para todos, mas aos que há de ser salvos, o evangelho fará sentido e provocará resposta positiva. É muito importante, então, essa nossa compreensão: quando o Espírito Santo opera na vida do homem, a graça de Deus o atraia e ele vem para os braços do Senhor. Foi assim que aconteceu comigo!  

Finalmente, nos versículos 5 a 7, temos o segundo grupo de atitudes. O que fazemos, perante a realidade da constante rejeição do Evangelho? Desesperamos? Ficamos sentados, de braços cruzados, aguardando Deus realizar a obra? Ou será que vamos atrás de métodos pragmáticos, humanos? Ou procuramos nos autopromover? Não! Paulo nos aconselha a fazermos assim, mas ele nos instrui a:

a)   Tirarmos toda ênfase de nossas pessoas. No versículo 5 ele reafirma: “não pregamos a nós mesmos”. Contrariamente à autopromoção tão frequentemente observada hoje por aí afora, nos dias de hoje. Paulo coloca-se na retaguarda da mensagem, não canalizando as atenções para si.
b)  Ainda no versículo 5, Paulo admoesta que devemos pregar simplesmente a Cristo Jesus como Senhor. Não há necessidade de acrescemos nada à simples mensagem do Evangelho – se é que estamos pregando o Evangelho mesmo ou simplesmente apontamentos sociológicos e psicológicos. E o verdadeiro evangelho é a pregação da pessoa de Cristo Jesus e este crucificado.  
c)   Confiar em Deus fará resplandecer luz das trevas (v. 6). Reafirmando a confiança na manifestação da verdade, anteriormente já expressa.
d)  Estarmos consciente de nossa fragilidade. No versículo 7, Paulo classifica a si mesmo, e a nós outros, como “vasos de barro”. Somos "vasos de barro" para que Deus nos use. Somos "vasos de barro" para que possamos depender do poder de Deus, não das nossos forças pessoais. Paulo passa à humildade do "vaso de barro"; é o tesouro dentro do vaso que lhe dá seu valor! Assim sendo temos que atribuir o poder conversor de Deus e não na nossa inteligência, metodologia ou sistema.

Por fim, esta apresentação lúcida de Paulo deve nos levar à uma reflexão profunda sobre a forma de apresentação das verdades divinas.

Eu vos pergunto: como estamos manuseando a mensagem de Deus? Estamos direcionando as atenções dos homens a Cristo, ou a nossa própria pessoa? Estamos confiando no poder de Deus e de Sua Palavra, para a conversão das pessoas perdidas e para a construção do Seu Reino?

Só você e eu, pudemos dar estas respostas com bastante sinceridade diante do Senhor nosso Deus!

Que Ele nos abençoe, ricamente.

Pr. Barbosa Neto  


Fortaleza – CE.