segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

MAIS UM NOVO ANO!....

Pr. José Barbosa de Sena Neto



Estamos iniciando mais um Novo Ano e crescem as nossas esperanças! Mas, antes de mais anda, é o momento de esquecermos “das coisas que trás ficam, e avançando para as que estão diante” de nós – parafraseando o apóstolo Paulo (Fp 3.13).

É hora de pensarmos em que tipo de Deus temos crido, qual a Sua dimensão em nossas vidas, pois esta análise fará com que nós possamos enfrentar mais um ano com seus altos e baixos, como todos os seus acidentes ‘geográficos’, pois nós somos filhos de um Deus Todo-Poderoso, daquele de quem é a prata e o ouro e, como Seus filhos, devemos avençar confiando do Senhor El-Shadday, pois “para Deus nada é impossível” ( Lc 1.37), e tenhamos confiança que “as coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus” ( Lc 18.27).

Muitos de nós adentramos o Novo Ano como Abraão ao sair de Ur dos caldeus “sem saber para aonde ia” ( Hb. 11.8). Mas Abraão conhecia Aquele para quem o futuro é tão claro como o Sol ao meio dia. Eis a diferença!. Será que nós conhecemos o Senhor Deus assim como Abraão O conhecia? Abraão tinha algo melhor que um mapa ou bússola. Ele possuía um guia cuja sabedoria não falha, cujo poder não é igualado e cujo amor nunca esgota!

Ninguém poderá, realmente, enfrentar com tranqüilidade as dificuldades da vida que se nos apresentam diante de nós, dia após dia, se não tivermos uma fé inabalável num Deus Todo-Poderoso, sempre presente, constantemente pertinho de nós!

A apreensões que estamos nós vivendo hoje, agora, à semelhança de algumas pessoas que vivem sem fé e sem segurança, é que ainda não experimentaram vivenciar um Deus suficientemente grande, para que sejam mais que vencedoras em suas necessidades, carências e dificuldades.

Muitos de nós temos em nossa mente raquítica a imagem de Deus como a de um juiz ou de um policial celeste, distante, apático, distraído, sempre lá em cima. A maioria das pessoas acreditam em Deus, mas é como um patrão ausente, desinteressado, distante, e essa distância que acreditamos existir nos faz com que pensemos erroneamente que Deus pouco ou quase nada nos conhece, que não tem conhecimento de nossas agruras e problemas, que não se importa conosco, com nossas lutas, e muitas das vezes, diante deste quadro nosso, de profundo desânimo espiritual, fazemos dEle pouco caso, não depositamos nossa confiança em um Deus Todo-Poderoso, que conosco está “o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras” ( II Cr. 32.8). Para muitos, Deus tem sido um conjunto desse condicionamento e não um Deus cheio de amor, de bondade e de misericórdia! Ah, Senhor, como somos esquisitos!...

Poucos sentem-se coerentemente bem acerca de si mesmos. Vezes há que temos passado por épocas de inseguranças e de dúvidas, épocas em que temos falta de auto-estima. A ansiedade é conhecida de todos. Já tivemos períodos de desânimo, de desapontamentos e sentimentos de depressão. Já tivemos lembranças tristes que assombram nossas noites insones e temos tido sonhos não realizados que nos magoam.

Quem ainda não sentiu a solidão que pouco tem que ver com a ausência de pessoas ao nosso redor? Precisamos de amor, pregamos o amor, mas persistimos em fazer coisas não amáveis a outrem, mesmo àqueles que pertencem a nossa mesma Fé e Ordem, mas que não vamos muito bem com a sua maneira peculiar de ser...

Ouvimos as notícias na televisão ou lemos nos jornais diários e as revistas semanais, e nos decepcionamos com os políticos nos quais tanto confiamos, assim como ficamos chocados com religiosos de péssimos comportamento moral, e assim ficamos decepcionados, chocados e ruborizados, porque não temos a mesma sensibilidade de percepção do Senhor Jesus que “a todos conhecia” e “bem sabia o que havia no homem” (João 2.24-25). E nos decepcionamos assim, desta forma, porque pouco ou quase nada temos lido e meditado na Bíblia, a Palavra de Deus, a qual nos adverte, em várias passagens, que estamos adentrando o final dos últimos dias!

Passamos por tudo isso porque aceitamos ou convivemos, por nossa livre recreação, com um deus que fabricamos em nossas mentes, um deus insignificante, um deus que não nos fala, e temos preferido muito mais ouvirmos a ‘voz do homem’ que a voz do Senhor, a voz do Deus Todo-Poderoso, inserida em Sua inerrante Palavra – a Bíblia Sagrada.

O que nós precisamos, é de um novo Deus, do Deus das Sagradas Escrituras, do Deus de Abraão, do Deus de Isaque, do Deus de Jacó, confiança em um Deus “em quem não há mudança nem sombra de variação” ( Tg. 1.17).

Mas pouco adianta saber que o Senhor é um Deus Todo-Poderoso, enquanto não O conhecermos pessoalmente! Através dos anos da história, o povo hebreu conheceu Yahweh e, contudo, não confiou nEle nem O amou de todo o coração! Ainda lutaram com o fracasso, com o temor e a frustração. É por isso que o Deus Todo-Poderoso teve de entrar na História e habitar entre nós: Jesus Cristo, o Emanuel, o Deus conosco! ( Mt. 1.23). Por isso Ele disse: “Antes que Abraão existisse, EU SOU” (João 8.58).

Jesus Cristo não é outro senão o próprio Yahweh, o Verbo que “estava com Deus”, “e o Verbo era Deus” (João 1.1), a expressão eterna e definitiva de Deus. Ele, como a expressão máximo do amor de Deus para conosco, vem a você e a mim, nos substitui na Cruz, por amor, a fim de nos resgatar dos nossos pecados. É deste Deus que precisamos, o qual “nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Col. 1.13). Precisamos deste Jesus Cristo, que “é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8), o mesmo que disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” ( João 10.10). Feliz Ano Novo!

A IGREJA DE ROMA CONTINUA SEMPRE A MESMA: DESPREZANDO SEUS MINISTROS...

Pr. José Barbosa de Sena Neto




No ano passado no último dia 31 de dezembro meu telefone não tocou de manhã bem cedo! Senti a falta da ligação telefônica de um amigo muito querido, o qual desde quando nos conhecemos, jamais havia deixado de telefonar para a minha casa, às 6hs da manhã, naquela data, para cumprimentar-me pela passagem de meu aniversário natalício! Naquele último dia do ano, meu coração ficou apertado! Uma tristeza imensa caiu sobre mim, pois o meu amigo querido, de longas datas, não me telefonou naquele dia! Outros também não me telefonaram! Aliás, nunca recebi uma ligação telefônica de outras pessoas, fora do meu circulo familiar, no dia de meu aniversário... Só meus familiares assim o faz, com muito carinho!

A Bíblia diz que “o homem que tem muitos amigos pode vir à ruína...” (Pv 18.24 a). Sou de poucos amigos. Na solidão e no isolamento provocado por meus pares, prefiro ficar recolhido à minha insignificância, trabalhando na Obra que o Senhor Deus me confiou, no sertão do meu estado, na cidade do Crato, distante de Fortaleza, cerca de 538 km, na região do Cariri, vizinha a conhecida cidade de Juazeiro do Norte, a do “padim padi ciço”, na mais total dependência dEle, ao lado dos meus queridos familiares. A Bíblia também diz que “há um amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24b). É deste amigo querido que não me telefonou desde o ano passado no dia do meu aniversário, como habitualmente assim o fazia, que dele quero falar, com muito carinho e recordação!...

Pedro Paulo Cavalcanti de Menezes nasceu em Fortaleza, no dia 07 de novembro de 1945, o segundo filho de Romeu de Castro Menezes e de D. Maria Cavalcanti de Menezes, carinhosamente chamada de Dª Jandira. Ainda criança mostrou talento pela música, popular e sacra, tocando tamborim no conjunto do pai, católico fervoroso.

Naquele período de sua infância, surgiu o desejo de ser padre. Foi um alvoroço dentro de casa, mormente para o Sr Romeu, pois perderia o componente de seu conjunto. Mas, com o passar do tempo, aceitou de bom grado a decisão do filho músico. Aos 11 anos de idade, em 1956, Pedrinho fez um passeio no Seminário dos Padres Sacramentinos, oportunidade que lhe despertou mais ainda o seu interesse pelo seminário, cujo objetivo era o de vir a ser um padre.

No ano seguinte, Pedrinho passou uns dezesseis dias com aqueles padres, em retiro. Naquele tempo seus pais residiam em Sobral, zona Norte do Ceará, tendo como vizinho um clube social. O diretor do Seminário dos Padres Sacramentinos, em seu arrogo de ignorância, dizia que não podia entrar na casa do pai do garoto Pedro Paulo, e nem poderia deixá-lo entrar na Ordem para cursar no seminário, porque havia ao lado de sua casa um clube mundano. O diretor tornou-se cada vez mais inflexível, e dizia a boca pequena, que aquela residência não era digna por causa do clube junto àquela residência, culminando, em razão da desavença, a não entrada do Pedrinho, naquele seminário. Começou aí a sua primeira rejeição pelos líderes da “santa madre”...

Mas Pedrinho não se deixou abater, em fevereiro de 1958 entra para o Seminário dos Padres Lazaristas, lá ficando até dezembro de 1964, pois não quis fazer o noviciado, e no ano seguinte entrou para o Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, mais conhecido como “Seminário da Prainha”. Mas aquela instituição fechou suas portas em 1966. Pedrinho naquele tempo já residia na cidade de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. Em razão desses impasses, Pedrinho foi para o Seminário Seráfico de Messajana, dos Frades Menores Capuchinhos, como seminarista externo, sem pertencer àquela Ordem. Eu, já frade capuchinho, morando naquela Casa, foi lá que o conheci e fizemos uma grande amizade!

Durante dois anos, fez o curso de teologia naquele seminário. Em 1969, também como aluno externo, participou do curso de teologia no ITEP – Instituto Teológico-Pastoral, sucessor do “Seminário da Prainha”, para formação dos atuais presbíteros (padres), mas também aberto a religiosos, religiosas e leigos. Terminado o seu curso em 1974, Pedro Paulo estagiou na Catedral de Quixadá, cujo então pároco era o Pe. José Dourado, de quem se tornou muito amigo, sendo este feito seu tutor. Fez também estágio em São Luis do Curu-CE.

Ordenei-me padre primeiro que ele, no dia 11 de dezembro de 1971. Pedrinho demorou muito tempo para ser ordenado, pois pelo fato de gostar de musica, seus superiores achavam que ele não tinha vocação. Aquele meu amigo foi convidado a residir em Quixadá, pelo bispo seu ordenante e, em 28 de setembro de 1975, foi ordenado por Dom Joaquim Rufino do Rêgo, seu amigo, primeiro bispo da nova diocese de Quixadá, ficando ali servindo como vigário-auxiliar daquela diocese. Até que no início de 1978, foi nomeado pároco da paróquia da cidade de Madalena-CE, ali ficando até o dia 07 de fevereiro de 1993. Em todas estas datas, me fiz presente, para alegrar o coração do meu amigo!

Quando Dom Rufino Rêgo foi transferido para a diocese de Parnaíba-PI, e tomou posse Dom Adélio José Tomasin, no dia 26 de março de 1988, e a partir daí, começou o seu ‘martírio’, a falta de amor e a falta de reconhecimento por parte do seu novo bispo, em relação ao seu trabalho realizado. Pedrinho sempre foi muito dinâmico, quer na área religiosa, quer na área da educação, vindo a lecionar nos principais colégios daquela cidade, nascendo daí um contato permanente com os adolescentes, desenvolvendo um trabalho que envolveria grande parcela de crianças, adolescentes e jovens, surgindo grupos que atuavam junto às comunidades carentes da periferia. Isto incomodou ao bispo, pois Pedrinho era simpatizante da assim-chamada “Teologia da Libertação”.

Na cidade de Madalena-CE, trabalhou tanto na parte espiritual quanto na social. Foi a principal personalidade na emancipação daquele município. Tornou-se um grande baluarte na educação dos jovens madalenenses, tendo conseguido trazer o ensino médio com o 2º grau pedagógico, para aquele pequeno município, através do Colégio Luzardo Viana, de Caucaia-CE, integrante da CNEC, onde foi diretor por muitos anos.

Em 1989, conjuntamente com seu irmão, também padre e meu amigo, Pe. Francisco Antônio Cavalcanti de Menezes, (o Pe. Tela de quem eu tanto falo em meu testemunho), iniciaram uma carreira artística, com o lançamento do primeiro disco, dos vários que ambos gravaram, sempre trazendo músicas alusivas à fé católica, claro!

Padre Pedro Paulo, o Pedrinho, sofria desde criança de escoliose, com importante curvatura em sua coluna, e isso lhe trouxe uma série de complicações, até mesmo complicações sérias no coração, tendo que usar aparelhos especiais. Como a saúde não mais lhe permitia exercer seu sacerdócio com toda a garra, dado os seus esforços físicos necessários a seus atendimentos comunitários, seu médico lhe aconselhou diminuir o ritmo de seu trabalho.

Seu bispo diocesano, membro da assim-chamada “Ordem dos Pobres Servos da Divina Providência” que de “pobres” nada tem, com sede na Itália, não gostou e não quis compreender o estado de saúde do Pedrinho, e o retira, abruptamente, de suas funções paróquias, mesmo contra a vontade do povo daquela cidade. Seus paroquianos e uma expressiva parte da população da cidade de Madalena fazem uma campanha em favor da permanência do Pedrinho naquela cidade e paróquia, fretam vários ônibus e vêm até Quixadá, para interceder pela não saída de seu pároco. Mas, o bispo, imaleável e altamente insensível, não atendeu ouvidos aos rogos populares! E retirou Pedro Paulo de suas funções de pároco! Apenas, depois de muitos rogos das autoridades municipais, permitiu que Pedrinho ficasse residindo em outra casinha da paróquia. Pedrinho continuou, durante algum tempo, como diretor da CNEC de Madalena e nunca falou às festividades religiosas daquela paróquia. Ele era muito querido daquela população!
Quando comecei meu processo de leitura das Sagradas Escrituras, com minhas próprias lentes, investigando o verdadeiro Cristianismo bíblico, fui visitá-lo em Madalena. Ali conversamos, abri-lhe meu coração e disse que não mais poderia continuar exercendo o sacerdócio. Ele me abraçou, demoradamente, e disse que eu tomasse a decisão que eu mais achasse conveniente e que eu teria o seu apoio irrestrito e total. Fiquei surpreso com aquela atitude do meu grande amigo! Choramos juntos, abraçados!

Pedrinho, não demorou muito residindo naquela casinha em Madalena. Foi despejado de forma desumana pelo seu bispo. Um caminhão parou em frente a casa onde residia e sua mudança foi feita, à sua revelia. E povão veio olhar, demonstrando visível revolta. Pedrinho pediu a população que veio em seu favor, muita calma, tranqüilidade e resignação. O povo acatou as palavras daquele amigo que iria embora, contra a vontade popular. E ele veio morar na casa de seus pais, em Caucaia-CE, região da Grande Fortaleza, onde já ali morava seu irmão e também padre, o Padre Tula, além de outros familiares.

Quando deixei definitivamente das fileiras do Romanismo, ele foi o único padre que ficou do meu lado! Ele me visitou em minha casa inúmeras vezes, mesmo contra as normas canônica: um padre em exercício sacerdotal, não pode visitar um ‘padre’ tido como renegado! Mas o meu amigo não queria saber disso, vinha visitar-me, almoçar e conversar comigo!

Naquelas oportunidades falei-lhe do plano redentor, do grande amor de Deus em Cristo Jesus! Em uma das vezes ele chorou demoradamente abraçado comigo e com sua cabeça reclinada em meu ombro, o qual ficou muitas vezes umedecido pelas suas lágrimas, disse: - “Barbosa, você está certo, meu amigo e irmão camarada! Ore por mim! Eu não tenho mais chance, não tenho mais como começar minha vida toda de novo! Você sabe disso! Que Deus tenha piedade de mim!”. Concluía em lágrimas, o meu amigo Padre Pedrinho! Nada mais eu poderia fazer...
No dia 14 de abril de 2007, ao anoitecer, Pedrinho ao dirigir-se no carro de seu irmão, um fusquinha já muito velhinho, para ajudá-lo na Paróquia de Capuan, distrito de Caucaia, foi violentamente abalroado, pela imperícia de um jovem motorista irresponsável, completamente embriagado, que atravessou a pista no contra fluxo, fraturando-lhe o esterno, osso ímpar na parte superior do tórax e lesionou o seu pulmão.

No dia 17 eu o visitei no hospital no qual estava internado e vi meu amigo pela última vez! Li para ele a Palavra de Deus, e mais uma vez lhe fiz um convite todo especial e comovente, para que ele entregasse sua vida a Jesus, e O confessasse como seu Salvador pessoal e Senhor absoluta de sua vida! Nunca havia visto o Pedrinho chorar tanto ao longo da nossa amizade! Seus olhos se manifestaram em lágrimas e soluçou, e em silêncio ele maneou a cabeça, em sinal afirmativo! Eu lhe disse: - “fale, Pedrinho, abra a sua boca e fale, confesse Jesus como seu único e suficiente Salvador e Senhor absoluto de sua”. Li para ele Romanos 10.9 e ele, com voz fraquinha, disse: - “Eu o aceito”! Eu orei e ele foi repetindo, devagarzinho, a minha oração em seu favor! Com muita dificuldade, dada a emoção vivida naquele momento, ainda consegui orar por ele! Ao sair daquele hospital, entreguei os resultados nas mãos do Senhor Deus, Todo-Poderoso! É Ele “quem efetua em vós (nós) tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp. 2.13). É Ele quem sabe de todas as coisas! Ele é soberano!

No dia 18 de abril, quarta-feira, perto do meio dia, o telefone da minha casa tocou! Era o Pe. Tula, seu irmão: - “Pastor Barbosa, o Pedrinho acaba de falecer”. E choramos ao telefone! Meu coração sentiu uma dor doída mais que forte! Meu peito ficou apertado! Minha voz não saia! E eu chorei cada vez mais, abundantemente!

Nenhum padre da sua diocese de Quixadá, região do Sertão Central do Ceará, compareceu ao seu humilde velório e sepultamento! Nem tampouco o seu então bispo, o qual nem mesmo se deu ao trabalho de fazer uma ligação telefônica para consolar a família! Mas ele fora avisado! A diocese não colaborou em nada com os gastos dos funerais, pois a família do padre extinto é muito pobre. E padre ‘desempregado’ vive na mais perfeita pobreza franciscana, não tem mais INSS, nem plano de saúde, nem plano funerário! Nada! E o Pedrinho não conseguiu se aposentar... A família teve dificuldades com os gastos do sepultamento e seus amigos mais íntimos, colaboraram neste momento de dor. Faltaram os ‘cuidados’ da “santa madre” para com o seu ministro doente, já envelhecido, vítima de acidente! Faltou amor da “santa madre”! Esta é a ‘igreja’ que auto se considera a “única e verdadeira”! Por esta razão, mais uma vez, no dia 31 de dezembro, dia do meu aniversário, o meu telefone não tocará mais uma vez, às 6 horas da manhã, como todos os anos anteriores assim ele fazia!... Ficou apenas a saudade profunda do meu coração!...

FICO IMPRESSIONADO, MAS SEMPRE É BOM RELEMBRAR!...



* Pr. José Barbosa de Sena Neto
pastorbarbosaneto@yahoo.com.br

Estamos iniciando mais um ano novo, cheio de novas esperanças. Descortinam-se novos horizontes e novas surpresas. Não sou tão ‘antigo’ assim, mas fiquei deveras assustado com o número de dias da minha existência marcado no último dia do ano ‘velho’: 22.630 dias! Fiquei impressionado por ter chegado à marca destes dias! Já vivi o bastante para não ficar impressionado, mas as coisas não são bem assim! Gosto de relembrar as coisas boas de um passado recente e fico impressionado de como nos últimos tempos está havendo uma inversão de valores, mas embalo uma esperança de que, por causa de Cristo e do Evangelho, o mundo pode vir a ser um pouquinho melhor. Sonhar não é pecado!...


Sim, há muitas coisas que gosto de relembrar das coisas que me impressionam e muito. Por exemplo: gosto de relembrar do tempo em que nós, eu e você, éramos chamados de “crentes”. Quando alguém nos perguntava se éramos “crentes”, havia uma resposta entusiasmada: “Sim, pela graça e misericórdia de Deus!” Hoje está tudo diferente! Os “crentes” de hoje estão evitando serem chamados de “crentes”. A ordem do dia é ser “cristão” ou quando muito, “evangélicos”, dá mais status! Outrora este nominativo qualificativo indicava aquele homem ou aquela mulher que pertencia aos grupos chamados ‘luteranos’, ‘presbiterianos’, ‘metodistas’, ‘batistas’, ‘congregacionais’ ou pentecostais históricos. Sim, os pentecostais são salvos sim, tradicionais sim e há um lugar lá no céu preparado parta eles, sim! Os ‘crentes’ amavam e consideravam a Bíblia Sagrada, como Palavra de Deus, e dificilmente saíam de casa para os seus cultos sem levar a sua Bíblia ostensivamente em suas mãos. Os ‘crentes’ do passado, tinham um ardor missionário incrível! Respiravam missões! Mas, hoje, as coisas mudaram e muito! Nas campanhas de missões estaduais, nacionais ou mundiais de outrora, os ‘crentes’ de nossas igrejas locais faziam de tudo para que aqueles alvos fossem alcançados e aquela igreja repassava integralmente toda a oferta levantada!, Hoje, as coisas mudaram e muito! O pastor ‘controla’ tudo com a sua diretoria, e em muitos casos o valor repassado é aquém daquele levantado, e o que foi retirado é para suprir ‘outras necessidades’ da igreja local! Quem duvidar disso é só conferir!...

O adjetivo qualificativo “crente” hoje foi trocado por ‘evangélico’ englobando todos aqueles, no âmbito do Cristianismo, que não são adeptos do Catolicismo Romano e, neste bloco, se enfeixam os protestantes reformados, considerados como históricos, os protestantes conservadores mas mais moderados, os pentecostais históricos, os neopentecostais ou pseudos pentecostais, as novas igrejas emergentes também não muito preocupadas com sua identidade, mais um espaço aberto para todos os gostos e matizes, para o prazer e deleite dos flutuantes freqüentadores. Vale tudo! Tudo é igual! Não há diferenças! Ali ninguém conhece ninguém, os pastores, bispos ou ‘apóstolos’, já não conhecem o seu rebanho, pois isto é perda de tempo, pois terminado os seus shows se aquartelam em seus gabinetes climatizados, a chave. O resultado é medido pelo volume de envelopes recheados que foram depositados no gazofilácio, ponto alto de seus ‘cultos’. Os participantes ou meros freqüentadores entram e saem como chegaram: calados e sem aquele antigo cumprimentar e sem aquele abraço tão gosto dos ‘velhos tempos’, não sendo mais cada um cumprimentado pelo pastor postado à porta do templo! O termo ‘evangélico’ hoje é tão vago, mas tão vago e tão indefinido quanto à “vida cristã” vivenciada pelos assim-chamados “cristãos” de hoje. Misericórdia! Impressionante! Ninguém mais distingue ninguém, como nos ‘velhos tempos’, um homem ou uma mulher de Deus, de longe!... Perdemos o nosso referencial!...
Por outro lado, fico impressionado ao ver o povo chamado pelo nome de povo de Deus, se permitir ser ‘massa de manobra’ dos espertalhões do púlpito. Impressiona-me e muito, ver o povo de Deus ser enganado debaixo da plena luz do Sol, vivendo a mercê de ‘profecias’ ou ‘profetadas’ que não se cumprem, levados por ‘visões’ ou ‘visagens’ mentirosas de ‘profetas’ descompromissados com as coisas sérias de Deus, que não refletem a verdade bíblica, cujos seus líderes fazendo descer goela abaixo do povo, manifestações exóticas em ‘shows’ ou ‘espetáculos de fé’ que não têm base em nenhum ensinamento da Palavra de Deus. Apenas pessoas ávidas para descobrir o futuro, para se darem bem na vida e nada mais!... Não se busca mais um lugar reservado mais no Céu!... Pra quê? Isso é coisa de ‘crente’ ultrapassado, fanático... dizem!


Mas também gosto de relembrar do tempo que já vai longe, quando não havia nenhuma conveniência de ser “crente”. Muito pelo contrário, naquele tempo era, socialmente falando, muito constrangedor, porque implicava em uma mudança de vida radical que incomodava o mundo ao seu redor! Eu me lembro muito bem do que significava ser convertido, ter passado pela experiência real do novo nascimento!... Os “crentes” testemunhavam daquilo que o Senhor Deus havia feito em suas vidas, diariamente, e em suas palavras havia autoridade! E os ‘incrédulos’ se convertiam pelo testemunho ouvido e visto, por saberem que aquelas pessoas haviam “estado com Jesus” (Atos 4.13). Que maravilha! Eram bons tempos aqueles em que ser “crente” não significava ficar rico da noite pro dia ou “se dar bem” nas ‘fogueiras santas’ da vida! Hoje, só se recebe dádivas do Senhor, se se sacrificar, e a vítima a ser imolada no altar é sempre o dinheiro, e quanto mais dinheiro melhor, é dar o tudo que tiver ao alcance das mãos para engordar as contas bancários de líderes inescrupulosos! E pasmem, acreditamos nisso!

Os ‘crentes’ dos ‘velhos tempos’, amavam mais as coisas do Senhor e ficavam conjecturando como deveria ser a sua vida, lá na glória e pregavam e esperavam com maior ardor a volta gloriosa de Jesus! Os “crentes” daqueles tempos idos - naquele tempo eu era padre, mas eu ‘ouvia falar’ – os ‘crentes’ tinham os olhos voltados para o céu, oravam mais, gostavam mais de vigílias, buscavam “as cousas lá do alto” (Colossenses 3.1), aguardavam com ansiedade o arrebatamento da Igreja, e falavam isso uns para os outros, diariamente e se extasiavam com as promessas do Senhor, e se alegravam de irem fazer parte do arrebatamento da Igreja e se emocionavam às lágrimas com as bênçãos que iriam receber por ocasião das “bodas do Cordeiro” (Ap. 19.7-9). Bons tempos aqueles!...


Impressiono-me ao ver as pessoas sendo manipuladas, condicionadas mentalmente, não fazendo a menor diferença para elas, se o que seu líder religioso diz tem sustentação bíblica revelada na Palavra de Deus. Tudo agora é crer na fé! A ‘onda’ agora é fé na fé! Os tempos mudam!... O que vale agora é o que se sente, o pragmatismo louco e desenfreado é reinante e não interessa o que está mais escrito na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, o livro da ‘capa preta’! É, estamos passando por uma crise muito séria! Falta-nos identidade! Por isso, vivemos hoje um tempo de mega templos cheios de pessoas vazias, sem vivência cristalina do verdadeiro Evangelho redentor, pessoas desnorteadas, sem nem uma certeza de salvação, apenas ali estão acotoveladas em busca das “bênçãos do Senhor”, mas sem nenhum compromisso bem mais sério com o Senhor das bênçãos e, se não tiverem uma transformação de vida real, pelo milagre do “nascer de novo” (João 3.3), para ser “gerado para uma viva esperança” (I Pedro 1.3), dando demonstração de que é “nova criatura” (II Coríntios 5.17), tendo uma convicção que o seu nome está escrito “no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13.8) e para sempre, estarão caminhando recreativamente para o inferno!...(Romanos 2.8; Lucas. 11.28; João 15. 4-5).


Hoje, há uma desenfreada carreira para o abandono das grandes confissões e credos do passado que resgataram o brilho da interpretação real das Sagradas Escrituras. Não se interpreta mais as Sagradas Escrituras como no passado, e a grande maioria dos ‘evangélicos’ ou ‘crentes’ correm atrás ávidos da primeira novidade interpretativa que encontram ali na primeira esquina, se alimentam e engordam com a teologia relacional, com a famigerada teologia da prosperidade, que é a coqueluche do momento. O ‘negócio’ agora é prosperar a qualquer preço! E os pregadores televisivos outrora contra a este tipo de ‘evangelho’, descobriram os “a galinha dos ovos de ouro’, tão propício para o engordar dos seus empreendimentos pessoais e agora propagam tais descobertas fantásticas sem ficarem ‘avermelhados’ e sem nenhum constrangimento, através de seus programas diários e até mesmo semanais, enaltecendo os ídolos da tal ‘teologia’...

Com a razão está o Dr. Augustus Nicodemus Lopes, ministro presbiteriano e atual chanceler da Universidade Presbiteriana Machenzie, quando afirma que “da mesma forma que em Corinto... grande parte dos evangélicos no Brasil tem a alma católica”. Os ‘crentes’ de hoje, ainda não conseguiram se desvencilhar do Catolicismo Romano. E ele pontifica: “Todas as tendências que identifico entre os evangélicos como herança católica, no fundo, antes de serem católicas, são realmente tendências da nossa natureza humana decaída, corrompida e manchada pelo pecado, manifestas em todos os sistemas e não somente no catolicismo”. E ele diz mais: “Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos autonomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava, queimando-a na fogueira.”.

Hoje, como os tempos mudaram, os titulares das mega igrejas, precisam ser ‘apóstolos’ ou no mínimo ‘bispos’, e os apelos não são mais para que se aceite Jesus como Salvador e Senhor de nossas vidas, mas para irmos a Igreja tal, pois é lá o local da bênção, é lá o local da mediação, pois “no Catolicismo”, continua Nicodemus, “a igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite a graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. É através dos sacerdotes católicos que essas graças é concedida, pois são eles que, com suas palavras, transformam na missa, o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo; que aplicam a água benta no batismo para remissão de pecado; que ouvem a confissão do povo e pronunciam o perdão. Em alguns casos, o padre é visto como o “outro Cristo”, um canal de mediação entre o rebanho e Deus. Essa noção de mediação humana passou para o evangélicos com poucas alterações. Até nas igrejas históricas os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa que a deles, considerando-o o mediador entre eles e os favores divinos. Esse ranço católico vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo Fulano”, “a oração de poder da irmã Sicrana, que é profetisa”, e por aí afora vai...

O apego ao misticismo supersticioso no meio evangélico é coisa de fazer inveja aos romeiros do “padim padi ciço” da Juazeiro do Norte, sul do Ceará, na região do Cariri. E o Dr. Nicodemus Lopes nos esclarece mais: “O catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma nacional, enaltecendo milagres de santos, posse de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, unção e santificação de objetos, água benta, entre muitos outros. Hoje, há um crescimento espantoso entre setores evangélicos do uso de copo d’água, rosa ungida, sal grosso, pulseiras abençoadas, pentes santos do kit de beleza da rainha Ester, peças de roupas de entes queridos, oração no monte e no vale, óleos de oliveira de Jerusalém, água do Jordão, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideão, cajado de Moisés... A imaginação dos líderes e a credulidade do povo são ilimitadas”. E ele diz mais: “Um amigo meu contou ter presenciado práticas estranhas como venda de pedaços do salmo 23 para preparação de um chá que curar vícios, gente que dorme com uma Bíblia debaixo do travesseiro com a alegação de garantir bons sonhos e páginas ungidas por um ‘apóstolo’ que são vendidas para serem colocadas nas paredes das casas dos crentes, entre outras coisas.” E o teólogo diz que tais manifestações populares só podem ser explicadas pelo “gosto intrínseco pelo misticismo impresso na alma católica dos evangélicos”. A gente rir para não chorar! Seria trágico se não fosse cômico demais!

Também não posso deixar de recordar que nos bons tempos éramos chamados de “bíblias”, pois tal sacrossanto apelido nos identificava com os ensinos da Palavra de Deus. Hoje os “cristãos” vão às ‘reuniões’ sem as suas Bíblias. A tecnologia chegou aos templos, e hoje o data-show tomou conta do pedaço, onde são projetados os poucos versículos lidos, quando lidos, então pra que levar mais Bíblias?! Torna-se muito incômodo! Para que levá-las se elas já não são mais lidas e acompanhadas pelos participantes, porque o espaço maior é para o espetáculo do ‘louvorzão’, onde canta-se durante uma hora e meia ou mais numa agitação da ‘galera’ e tudo isso copiado dos grandes shows televisivos e o espaço reservado para a ministração da Palavra é de apenas uns poucos minutos? Aliás, os ‘cristãos’ de hoje nem mesmo sabem procurar em suas Bíblias livro, capítulo e versículos, quando as têm... Culto doméstico, o que é isso? Ele existe para quê? Qual a finalidade? Quando e onde ele é realizado? – perguntam. “Cantor Cristão” o que é isso? Este ‘cantou’ gravou algum CD que está nas paradas de sucesso gospel? Lembro-me que naqueles bons tempos os “crentes” do passado eram rigorosos com a sua conduta pessoal, ética, moral e espiritual. Naquele tempo, os “crentes” compravam e pagavam o que adquiriam com o suor do seu rosto, e não davam ‘calotes’ em ninguém no comércio com cheques sem fundos e nem viviam metidos até o fio dos seus cabelos em escândalos até de conhecimento nacional.

Mas também não posso deixar de me impressionar ao ver homens e mulheres se autonomeando de ‘apóstolos’ e tantas outras baboseiras, que nada mais são do que fruto da vaidade humana e do desejo de se tornarem, a cada dia, mais deus do que homem e mulher. Olhando na minha velha Bíblica, sou informado que no Novo Testamento, um dos requisitos para o apostolado é ser testemunha da ressurreição de Jesus (Atos 1.21-22). E o mais interessante, é que a minha velha Bíblia me revela que todos os apóstolos viram o Cristo ressuscitado, inclusive o apóstolo Paulo (I Coríntios 15.5-8). Estes homens não tiveram visão, sonho, ou revelação. Eles viram de fato o Cristo ressuscitado de maneira pessoal, inclusive Paulo no caminho para Damasco (I Coríntios 9.1). A história da Igreja Cristã sempre pontificou que Paulo foi o último dos apóstolos. E o Dr. Nicodemus Lopes vem mais uma vez nos ajudar: “O termo ‘apóstolo’ significa basicamente ‘enviado’ e há quem, além dos Dozes e Paulo, tenha recebido esse título na Bíblia, como Silas e Barnabé (Atos 14.14; II Coríntios 8.23). Porém, os modernos autodenominados ‘apóstolos’ se entendem como na mesma categoria dos Doze e Paulo. Contudo, os Doze e Paulo estão numa categoria à parte, não tendo nomeado sucessores. Quem sempre se achou sucessor dos apóstolos foi o papa. É somente o ranço católico na alma evangélica que permite que tais autodenominados ‘apóstolos’ tenham sucesso em nosso meio”. E o teólogo finaliza as suas afirmações sobre este fenômeno, dizendo: “Quando vejo o apego de grandes massas ditas evangélicas à práticas medievais católicas – de objetos ungidos e consagrados para o culto a Deus, busca de bispos e apóstolos, recurso a práticas supersticiosas -, pergunto-me se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neocatolicismo tardio que surge e cresce em nosso país onde até os evangélicos têm alma católica”. Assino em baixo! Leiam o livro “O que estão fazendo com a Igreja”, de autoria do Dr. Augustus Nicodemus Lopes, e surpresas virão à sua mente e ao seu coração!

Tais líderes não vendem mais ‘indulgências plenárias’, mas vendem ‘um bom lugar na terra’, com direito a carro novo, do ano, de preferência, vida próspera, saúde em troca de ‘sacrifícios’ isto é, uma boa soma de dinheiro, onde os integrantes da ‘massa de manobra’ doam tudo o que têm, para as ‘fogueiras santas’, que só servem para engordar a conta bancária dos líderes mais espertos, especificidade dos velhacos, como se isso, por si só, fossem sintomas da bênção real do Deus Todo-Poderoso. Repito: e acreditamos nisso!


Ah, mas eu também me impressiono pela pobreza dos púlpitos! Como poderemos ter uma geração cristã madura e santa, com tanta pregação rasa e sem base bíblica ou dentro de um contexto distorcido? Como se ter uma igreja sólida e espiritualmente preparada para responder com mansidão e temor a qualquer que lhes pedir “a razão da esperança” (I Pedro 3.15), se no altar, onde fica o púlpito, mais parece um circo? E que dizer dos ‘pastores’ de hoje, muitos deles aquartelados em suas ‘catedrais de fundo de quintais’, autênticos vaníloquos em sua verborragia, vomitando ódio e perseguindo e maltratando e vilipendiando a seus pares, às vezes da mesma Fé e Ordem? O Senhor Jesus nos deixou uma ordem que “amássemos uns aos outros”, mas resolvemos a nosso bel-prazer, por nossa livre recreação nada cristã, retirar o acento agudo do verbo e passamos a proclamar do alto de nossa ‘majestade’ que “amassemos uns aos outros”, numa demonstração de autoritarismo farisaico e de cristalina falta do verdadeiro amor cristão! Tudo isso me deixa muito impressionado, mas que venha mais um Ano Novo com novas chances e novas perspectivas, para que o Nome do Senhor seja, de fato, verdadeiramente exaltado.

Sinceramente, eu estou impressionado com tudo isso que está parecendo ser manifestações de apostasia. E aqui pra nós, me fala a verdade, meu irmão: você não está também impressionado? O que me diz disso tudo? Com você a palavra...