Pr. José Barbosa de Sena Neto
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). É interessante observar que a ordem que Jesus dá à Igreja para evangelizar o mundo, está exatamente no final de seu ministério entre nós. É como se o Senhor Jesus estivesse nos dizendo que, para não esquecermos tão importante mandamento, ele estava nos exortando pouco antes de ser assunto aos céus. Como base nesta ordem, somos convocados a levar a semente do Evangelho a todas as pessoas em todos os lugares do mundo. O tom das palavras de Jesus é de que essa atividade é ao mesmo tempo, importante e urgente. Temos observado esta importância com a urgência assim como Jesus nos ordenou? Ou estamos nos ocupando com outras atividades atropelando a ordem imperativa do Mestre?
O evangelismo pessoal é um dos mais eficazes métodos de compartilharmos as Boas Novas, aquele que é feito corpo-a-corpo. Com toda certeza este é o mais eficiente e também o mais negligenciado método de evangelização. Se cada crente soubesse usar os espaços que tem e cavar novos espaços para falar do grande Amor de Deus, com toda certeza o percentual de convertidos estaria bem acima do que temos hoje. Mas o que vemos é que nós, crentes, membros do Corpo de Cristo, estamos nos ocupando com outras atividades, sendo palmatória do mundo, mas negligenciando a ordem imperativa de Jesus!
O crente que não evangeliza não tem muita coisa para contar. Ganhar almas para o Reino de Deus foi a tarefa prioritária do Senhor Jesus e posteriormente do apóstolo Paulo (Lucas 19.10; I Timóteo 1.15). Essa também deve ser nossa tarefa maior. A igreja local que não evangeliza sistematicamente está sendo desobediente a palavra do Senhor e ao mesmo tempo deixando de receber as bênçãos advindas dessa atividade maravilhosa. Precisamos nos lembrar que essa é a nossa missão, na verdade, um privilégio que somente os remidos têm.
Falar de Jesus não é tão fácil. Na verdade, defender um posicionamento exige um mínimo de conhecimento e técnica. Muitos crentes, mesmo depois de passarem por uma experiência de salvação, por algum motivo sentem-se impedidos a falar do Senhor. Há três desculpas mais comuns evidenciadas como impedimentos ao ato da evangelização. 1) Não sei falar, não tenho capacidade de evangelizar!” Não saber falar não é um privilégio seu. Vejamos: Moisés – (Êxodo 3.11); Jeremias – (Jeremias 1.6); Amós – (Amós 7.14). Verifique estes exemplos. Portanto, você precisa se colocar nas mãos do Senhor e Ele certamente o capacitará a fazer a Sua obra e lhe dará as palavras certas na hora certa (Mateus 10.16-20). 2) “Não tenho tempo pra falar de Jesus às pessoas”. Se tivermos o mínimo de sensibilidade veremos que sempre temos alguma oportunidade de falar de Jesus. De fato, não podemos pensar em evangelização como um tempo que nós dedicamos especificamente para isso. Sempre que estivermos em contato com pessoas, então haverá uma condição favorável, uma oportunidade para à evangelização. O próprio Jesus, num momento aparentemente inoportuno, achou condições para evangelizar (João 4.5-7). Portanto, essa desculpa é descabida. O que nos cabe é observar quais são as oportunidades que temos tido todos os dias para falar de Jesus. 3) “Evangelizar é tarefa dos pastores ou líderes, que são preparados para isso!” Se a obra da evangelização ficasse a cargo de meia dúzia de pessoas, com toda certeza o mundo jamais seria alcançado. Quando estabeleceu a Grande Comissão da Igreja, Jesus estava se dirigindo a todos os que O professam como Senhor e Salvador. Em sua declaração, Ele nos mandou fazer discípulos e estes deveriam gerar novos discípulos (Mateus 28.19-20). No rebanho do Senhor, são as ovelhas que geram novas ovelhas, e cabe aos pastores e líderes cuidarem das mesmas.
Na prática do Evangelismo pessoal, três classes de pessoas são alcançadas: 1) O pecador. Quem evangeliza pessoalmente tem a oportunidade de anunciar o amor de Deus a uma pessoa que está completamente perdida, seja na miséria do pecado ou na miséria da religião. No trato pessoal com o pecador, podemos sentir suas frustrações e as tensões de seu coração, e levá-lo a uma reflexão sobre sua própria vida e como ele pode ascender uma melhor posição através do Senhor Jesus Cristo. Eu fui alcançado desta forma, de uma maneira muito simples, porém tremendamente eficaz. A relação passa a ser mais pessoal e de verdade o pecador se sente amado por Deus e por aquele que está tentando ajudá-lo! 2) Os desviados do Evangelho. Pelo caminho encontramos pessoas que, por algum motivo ou outro, acabaram abandonando a Casa do Senhor e se enveredando de volta ao caminho do erro. Essas tais são conhecidas como “ovelhas perdidas”. Elas abandonaram o aprisco do Senhor, mas ainda podem voltar para o Caminho. Quem evangeliza pessoalmente, sempre encontra uma pessoa afastada da fé e tem a oportunidade de lhe exortar a voltar ao Senhor. Muitos dos que foram enganados pelo coração ou pelas ciladas do diabo, acabam se reconciliando com Deus e com a Igreja local. 3) O próprio crente. Sem sombra de dúvidas, o maior beneficiado com a prática do evangelismo pessoal é o próprio evangelista. Pelo fato de estar sempre diante de experiências novas, seja com um pecador ou com um desviado, quem evangeliza passa por um processo de amadurecimento maravilhoso.
Sem a ação do Espírito Santo, podemos até ter um bom discurso convincente, mas não transformador! Jesus, antes de ser assunto ao céu, prometeu que enviaria o Espírito Santo para estar conosco (João 15.26-27; 16.7-14). É Ele quem testifica de Jesus no coração do homem. Portanto, se estamos evangelizando ou testificando de Jesus, nos tornamos cooperadores e canais de Deus entre os homens para que estes alcancem a salvação de suas vidas. Se o Espírito Santo não fizer a obra, de nada adianta toda nossa técnica de pregação.
Quando evangelizamos alguém estamos usando não só a linguagem, o verbo, mas principalmente narrando o testemunho do que aconteceu em nossas vidas. A pregação, dissociada de conteúdo prático, é apenas um belo discurso, mas sem autoridade. Evangelizar é tarefa dos discípulos, daqueles que andam com Cristo, que falam com proximidade de quem é o Senhor, transmitindo a sua intimidade com Ele! Um teólogo que aprendeu as coisas a respeito de Deus, mas não teve uma experiência pessoal com Jesus, falará sempre de um Deus distante, com o qual não tem intimidade! O discípulo, não! Ele que caminha e está com o Mestre, falará de uma relação pessoal e íntima com Ele! (João 1.35-42; 4.28-30).
Utilizar seu testemunho pessoal para evangelizar é maravilhoso, mas não pode ser apenas isso. Nossa experiência pode sensibilizar o coração das pessoas, mas é a ação da Palavra de Deus que transforma o coração do pecador! Não nos esqueçamos disso, jamais! Além do mais, nossa experiência pode ser contestada ou desacreditada, mas quando usamos a Palavra de Deus, todo argumento humano cai por terra. Só pode falar de Jesus e da salvação, quem passou por essa experiência e que caminha com Ele, intimamente! É assim que estamos evangelizando?
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