Pr. José Barbosa de Sena Neto
A palavra “Igreja” perdeu o seu significado nos dias atuais em relação ao seu sentido original nos tempos da Igreja Primitiva. Trata-se de uma palavra que precisa ser redefinida na sociedade moderna. Existe um grande número de grupos que se chama de “igreja” mas que, certamente, não são nada daquilo que o Senhor disse que construiria, e sequer chegam à medida do que está revelado em o Novo Testamento como padrão para a Igreja de Deus.
Esses falsos conceitos levam os indivíduos a se desviarem da verdade e a evidenciarem algo que não representa a santidade divina. Falsos conceitos e doutrinas equivocadas precisam ser arrancados pela raiz e destruídos, se é que desejamos a presença do Senhor em nosso meio. Somente quando os padrões de vida de Jesus forem restaurados em nós é que a presença do Senhor se fará gloriosa no seio da Igreja. Para isso, precisamos identificar o que a Igreja não é. Caso contrário, continuaremos vivendo algo que não produzirá os resultados almejados por todos nós.
Em primeiro lugar a Igreja não é um templo material. A palavra igreja nunca é usada na Bíblia referindo-se a um templo físico. Veja Atos 2.47; 7.38; 8.1-3; 11.22-26; 12.1-5; 15.3, 4, 22, 41; 18.22. Nos versículos citados, podemos observar que o Senhor adicionava pessoas (crentes) à Igreja. Herodes ameaçou a Igreja (convertidos ao evangelho). A Igreja foi perseguida. Paulo saudava a Igreja. A Igreja tinha descanso. Tal linguagem não poderia se referir a um templo físico! Somente a um grupo de pessoas, a Igreja viva. São as tradições dos homens que aplicam o termo “igreja” a templos materiais. “Nós vamos à igreja”, isto é, vamos ao templo onde se reúne a igreja.
O Senhor não disse que construiria um templo quando afirmou que edificaria a Sua Igreja e que as portas do inferno não haveriam de prevalecer contra ela. Com certeza Satanás prevaleceria contra estruturas físicas. Isso é claro visto que tantos templos foram destruídos na história da humanidade. No entanto, mesmo com todas as perseguições e sangrentas investidas contra a Igreja, ela não foi destruída.
Em segundo lugar, a Igreja não é uma denominação. A Igreja não é uma denominação, uma seita ou organização eclesiástica. As igrejas que se multiplicam por aí afora, com os seus nomes variados e esdrúxulos e que dizem ser a Igreja de Jesus, não são necessariamente a Igreja Dele. Cristo disse que edificaria a Sua Igreja, e não um monte de igrejas como vemos hoje, muitas ali na primeira esquina. Penso que o denominacionalismo é contrário às Escrituras. As denominações existem pela vontade permissiva de Deus. Entretanto, algumas acabam por promover, muitas vezes, as divisões entre os homens. Não quero aqui dizer que todas as denominações são más. Apenas mostrar que Jesus não veio dar início a uma denominação. Ele veio, sim, para cumprir a vontade de Seu Pai e para ser a Cabeça da Igreja.
As denominações são geralmente formadas por um ‘avivamento’ ou uma ‘restauração’. As pessoas que se ajuntam neste mover de vidas passam por ‘experiências’ as mais extravagantes possíveis. No entanto, existem aquelas pessoas que não ‘experimentaram’ mudanças e não aceitam tais mudanças. Começa-se, portanto, uma série de disputas até que se culmina numa divisão. As pessoas que saem, geralmente adotam o nome da ‘experiência’ que vivem naquele momento. O resultado é uma nova denominação.
Vejamos, então, o que a Igreja é dentro do ponto de vista de Deus, o qual deve ser o nosso também: podemos, portanto, afirmar que a Igreja é a vontade de Deus. Ela é o fato central da vontade de Deus, não é parêntesis na história que veio a existir simplesmente por causa da cegueira dos judeus. Deus cegou o entendimento dos judeus para que pudesse dar continuidade aos Seus planos para a Igreja.
Deus tem um padrão para a Igreja. A verdadeira Igreja de Jesus deve seguir esse padrão divino: uma forma de vida que agrade a Deus e que deve ser vivida por todos os que forem salvos por Ele. Vejamos o que nos diz a Palavra de Deus: “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido” (II Pedro 2.4-6). Falaremos, noutra oportunidade, sobre o padrão de Deus para a Sua Igreja, hoje.
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