Pr. José Barbosa
de Sena Neto
pastorbarbosaneto@yahoo.com.br
A manifestação da graça na vida
cristã liga-se a um Cristo que se humilhou. Um Cristo humilde que, tendo a
forma de Deus, deixa-a para Se humilhar até à morte e morte de cruz. O meio
dessa união entre os santos, e o meio para a manifestação e permanência desse
amor, está na identificação com Cristo. Foi esta humildade que tão
perfeitamente se manifestou em Cristo, em contraste com o primeiro homem Adão.
Este tinha procurado torna-se semelhante a Deus por usurpação e elevar-se em
detrimento de Deus, sendo ao mesmo tempo desobediente até a morte. (Gênesis
2.16-17; 3.6-7).
O Senhor Jesus, quando em forma
de Deus, aniquilou-Se, por amor, de toda a Sua glória, da forma de Deus, e
tomou a forma de homem, e em forma de homem se humilhou. Como Deus, humilhou-Se
até a morte e morte de cruz (Filipenses 2.8). Que perfeito amor, que gloriosa
verdade, que preciosa obediência! Um
Homem, pelo justo julgamento de Deus e pelo Seu ato foi elevado à direita do
trono da majestade divina! Em Cristo, temos a plena manifestação do amor de
Deus aos homens (Hebreus 1.1-3).
O Senhor Jesus revelou Deus para
nós de maneira plena. Se quisermos saber como Deus é, basta olharmos para o
Senhor Jesus. Deus é amor e nós vemos esse amor em Jesus Cristo. Em Cristo
vemos Deus plenamente, e não há outra maneira de conhecer a Deus, senão no
conhecimento que encontramos na pessoa de Jesus Cristo.
Que maravilhosa verdade é a
pessoa de Cristo! Que sublime verdade é esta descida e esta ascensão pela qual
Ele enche todas as coisas como Redentor e Senhor da glória! Deus descido em
amor; o Homem assunto ao céu segundo a justiça! Agora, Ele que foi digno, em
toda eternidade, quanto à Sua pessoa, de estar assim à direita de Deus, é, como
Homem, elevado por Deus a Sua direita! Todos os conhecimentos encontram-se em
Cristo, todas as sabedorias residem Nele, tudo está Nele! “Porque aprouve a
Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Colossenses 1.17-20).
Se olharmos para a criação, Ele é
o primogênito; se olharmos para a nova criação, Ele é o princípio; se olharmos
para a Igreja, Ele é o cabeça; se olharmos para o universo, Ele é o Senhor. O
pleno conhecimento da vontade de Deus é simplesmente Cristo. A justiça de Deus foi plenamente satisfeita.
Os nossos corações podem tomar parte, alegres, na glória do Senhor, alegres por
também ali terem parte pela graça do Senhor. Só Deus podia esvaziar-se de Sua
glória em favor de criaturas caídas. Tudo por amor! Que extraordinário amor!
Mas é Nele, em Cristo, que o
apóstolo Paulo pensa, não em nós, frutos dessa humilhação. Paulo se alegre no
pensamento da exaltação de Cristo. Deus O elevou soberanamente e Lhe deu um
nome que está acima de todo o nome, de sorte que todo o ser nos céus e na
terra, e mesmo todo o ser infernal deve dobrar os joelhos diante deste Homem
exaltado por Deus, e toda a língua deve confessar que Jesus Cristo é Senhor,
para a glória de Deus Pai! (Filipenses 2.9-11).
Deus ressuscitou o Senhor Jesus
dentre os mortos e Lhe deu a glória e um lugar acima de todas as coisas, lugar
de que Ele era, sem dúvida, pessoalmente digno, mas que recebe e devia receber
das mãos de Deus, que O estabeleceu como Senhor sobre todas as coisas.
Unindo-Se à Igreja como sendo o Seu corpo, e ressuscitando os membros desse
corpo da sua morte em pecados pelo mesmo poder que ressuscitou e exaltou o
Cabeça, vivificando-os juntamente com Cristo e fazendo-os assentar nos lugares
celestiais Nele, pelo mesmo poder que O exaltou. Assim a Igreja, o Seu corpo, é
a Sua plenitude.
O apóstolo Paulo pede aos crentes
de Éfeso para que eles conheçam o poder, já manifestado, que tinha já operado a
fim de que eles tivessem parte nesta bendita e gloriosa posição. Porque do
mesmo modo como eles eram introduzidos pela soberana graça de Deus na posição
de Cristo perante Deus, Seu Pai, assim também a obra que foi operada em Cristo,
e o desenvolvimento do poder de Deus que teve lugar elevando-O desde o túmulo
até à direita de Deus Pai, acima de todo o nome que se nomeia, são a expressão
e o modelo da ação desse mesmo poder que opera em nós que cremos. E este poder
nos eleva do nosso estado de morte no pecado, para nos fazer tomar parte na
glória desse mesmo Cristo. Que abençoada humilhação! Que gloriosa exaltação!
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