Pr. José Barbosa de
Sena Neto
Nascemos neste mundo algemados
pelo pecado, mortos para Deus e filhos espirituais do diabo. Estas são palavras
fortes, no entanto, retratam a mais pura realidade do ser humano. Não
podemos brincar com este assunto. A natureza que herdamos do nosso primeiro
pai, Adão, é totalmente avessa a Deus (João 8.34; Efésios 4.18; João 8.44a).
Toda a predisposição do homem é em direção às
trevas. De modo espontâneo, amamos o engano e não precisamos nos esforçar para
andarmos nos desejos de nossa carne. Somos conduzidos pela natureza
adâmica e de modo natural nos inclinamos aos apelos do nosso coração
caído (Jeremias 13.23).
Muitos se gloriam e se satisfazem em sua própria
justiça. Pensam que por terem uma conduta aprovada pelos homens serão aceitos
por Deus. Ledo engano! A Bíblia não admite este tipo de conclusão (Isaías
64.6). Observemos que não são os nossos pecados que são "trapos de
imundície", e sim, "as nossas justiças".
Verdadeiramente a queda no Éden trouxe a ruína espiritual para toda a
humanidade. Todas as ações realizadas pelo homem, por mais dignas que possam
ser, estão maculadas pelo pecado.
Diante deste fato, constitui-se
num engano terrível alguém pensar que as suas obras de justiça, seu
comportamento, sua religiosidade ou moralidade lhes servem como uma espécie de
garantia de salvação. Qualquer tentativa do homem em buscar a salvação por meio
de seus próprios méritos é absurda, ofensiva, inaceitável e abominação diante
de Deus. Vejamos o que as Escrituras nos dizem: (Efésios 2.9; Romanos 11.6;
Filipenses 3.4-8).
Alcança grande bênção aquele que ganha a
revelação de sua completa pecaminosidade. No entanto, aquele que pensa que tem
em suas mãos o destino de sua vida, é o mais miserável de todos os homens.
Pobre daquele que acha que precisa fazer a sua parte como: boas obras,
caridade, ritos religiosos, para que possa ser salvo. Louco é o homem que não
dá a devida atenção à questão mais importante da existência humana: a
regeneração em Cristo Jesus!
Ser salvo pela graça significa dizer: nasci em
iniquidade e mereço o inferno, contudo, fui alcançado pela bendita misericórdia
divina; merecia a condenação, mas ganhei a justificação; o lago de fogo e
enxofre era o lugar para onde eu deveria ir, porém, o Senhor Deus me reservou o
céu como herança! Louvado seja Deus!
A graça repousa apenas naqueles
que chegaram ao fim de si mesmos, ou seja, nos falidos. É incrível, mas muitos
pensam que pelos seus muitos pecados estão privados da graça de Deus. Isto
é contradição! No conceito humano, pecado e graça estão em extremos opostos.
Pensam que a graça vem somente onde não há pecado. Porém, é exatamente o
contrário!
A nossa miséria é condição
básica para recebermos a graça! O pecado é um dos maiores enganos do
homem, mas o seu maior engano é pensar que o pecado impede o homem de receber a
graça! (Romanos 5.20) Não são os nossos pecados que impedem a ação da graça em
nós, mas a nossa soberba. Somos tremendamente limitados para compreendermos
este tão santo e puro atributo divino, que é a soberana graça.
É dito que o caminho para o céu não atravessa
uma ponte de pedágio, e, sim, uma ponte livre, a saber, a graça não
merecida de Deus, em Cristo Jesus. A graça opera independentemente dos valores
humanos. Ela reside unicamente na soberana vontade de Deus. A graça divina
recusa-se a ser ajudada naquilo que ela tem de fazer. Portanto, nada há que
possa derrotá-la, e uma vez dada, age eficazmente.
O
reinado da graça está baseado na justiça do Filho de Deus (Romanos
5.21b). A graça de Deus está fundamentada na obediência perfeita e meritória de
Jesus Cristo. Sendo a graça o que é, a mensagem da cruz torna-se a única
esperança para o pecador afundado no brejo do pecado. A salvação do perdido
está ligada diretamente ao sacrifício realizado por Jesus Cristo naquela cruz
(Tito 3.4-7).
Cristo em sua morte, carregou a
culpa do nosso pecado. O Senhor do universo, pendurado naquele rude madeiro,
derramou todo o seu sangue e, desta forma, nos outorgou tão grande salvação
(Romanos 3.24-25a). Somente a graça tem o poder miraculoso de trocar a nossa
velha natureza por uma complemente nova, transformada (II Timóteo 2.11).
Nada podemos fazer, em nada podemos colaborar, a
não ser nos render a esta maravilhosa graça! A porta de acesso para a salvação
do pecador tem um único nome: GRAÇA! A graça anuncia que não
precisamos fazer nada para sermos salvos. Ela não exige, mas doa. A graça não
requer que sejamos fortes, mas fracos. A graça reina triunfante. Somente pela
graça, o homem pode ser salvo! Graça! Quão maravilhosa graça! Louvado seja
Deus!
Graça!
Quão maravilhosa graça,
Como o
firmamento, é sem fim!
É
maravilhosa. É tão grandiosa,
É
suficiente para mim.
É maior
que a minha vida inútil
É maior
que o meu pecado vil
O nome
de Jesus engrandecei e glória dai!
Nenhum comentário:
Postar um comentário