sexta-feira, 26 de março de 2010

O Sepultamento de Jesus...

Pr. José Barbosa de Sena Neto


Todos os anos faz parte do nosso calendário as comemorações do sofrimento e morte de Jesus, mesmo que não saibamos o dia exato de Sua morte. Mas o fato importante é que Ele morreu e ressuscitou! O túmulo está vazio! Ele venceu a morte!

Todos os Evangelhos narram com detalhes especiais a crucificação, a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus. Há mais de dois mil anos, Jesus foi traído, açoitado, julgado, condenado e executado de forma cruel pelos soldados romanos. Quanta dor sofreu o nosso Salvador! Chicotadas que lhe arrancaram as carnes, escárnios, coroa de espinhos, que lhe penetraram o crânio, fazendo com que seu rosto ficasse completamente banhado de sangue! Sangue remidor!

Aquela cruz, que era minha e sua, Jesus a levou sobre seus ombros, e os historiadores nos informam que seu peso era de aproximadamente 50 quilos, mas muito maior peso era o dos nossos pecados que Ele os levou sobre Si! Que percurso longo, do tribunal até o Calvário, uns 600 metros, aproximadamente, mas Ele caminhou sem abrir a sua boca, sofrendo o peso das nossas culpas! Pelo peso da cruz, seus ombros eram dilacerados, e ao cair no chão na estrada que lhe foi tão dolorosa, seus joelhos ficaram em carne viva e a cruz rasgava mais e mais as suas carnes, ao deslizar pelo seu dorso! Quanto sofrimento, por amor!

Ao chegar ao topo do monte da Caveira, os soldados tiram-lhe as suas vestimentas, arrancando-lhe suas carnes, e sua túnica ao ser puxada com violência pelos seus algozes, lhe causavam uma dor tremenda, pois o tecido aderido à carne viva, ao ser puxado, provocava tremenda dor! Jesus é pregado na cruz, com cravos que lhe transpassaram suas mãos e seus pés, e é erguido causando-lhe uma dor lancinante, causando dor insuportável, atingindo-lhe o cérebro, lesando seus nervos e o fazendo experimentar a perder temporária da consciência devida a má perfusão sanguínea cerebral, tendo tido alteração na composição do sangue que irriga o encéfalo, assim como alterações no padrão de atividades do sistema nervoso central. Um suplício que lhe durará seis horas intensas, as mais cruciantes que um homem pode suportar! Jesus tem dificuldades para respirar e os seus esforços são grandiosos e a sua respiração se faz pouco a pouco cada vez mais curta!

Mas eis que de repente, Jesus faz um esforço enorme, cria novas forças, sua respiração fica mais ampla, seus pulmões se enchem de ar, e Ele vai falar: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). Jesus sofre! Pouco a pouco o Sol perde o seu brilho, começa a escurecer, como se escondendo de vergonha! Ainda lhe faltam mais três horas, das seis que duraram a sua tortura! Por volta da hora nona, três da tarde, suas dores aumentam cada vez mais, tem sede, sente cãibras, a asfixia se torna mais aguda, e sente-se abandonado (Mateus 27.46) e novamente num grande esforço, Ele grita, em grande brado: “Tetelestai – Está consumado.... E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19.30).

Segundo dados consultados, de conformidade com as lei judaicas ainda em vigor, os corpos devem ser sepultados na terra antes do por do sol, no próprio dia da morte. Pesquisas nos revelam que as tumbas familiares, abertas na pedra, eram consideradas “na terra”. Na grande maioria dos lugares, o leito de rocha firme de Jerusalém encontra-se a poucos centímetros abaixo da superfície do solo. Por esta razão os arqueólogos em suas descobertas afirmam que os mortos eram postos em túneis preexistentes, cavados nas encostas locais.

A arqueologia vem nos informar que em grande parte do século I da era cristã, a maioria das tumbas de Jerusalém eram caverna construídas pela mão do homem, cavadas em rochas maciças e situadas fora dos muros da cidade. E essas tumbas se constituíam em duas câmaras. Na parte da câmara externa, o cadáver era ungido com perfumes, especiarias e óleos, assim como envoltos em tecidos. As descobertas arqueológicas das centenas de tumbas do século I escavadas nos morros da cidade de Jerusalém são muito reveladoras e são totalmente compatíveis com as descrições do sepultamento de Jesus, mencionadas nos quatro Evangelhos. Tanto para a ciência arqueológica como para os Evangelhos, a tumba fora lacrada com o rolar de uma grande pedra diante da entrada do túmulo.

Atrás dessa pesada pedra, envolto num sudário, normalmente dava-se um ano para o corpo se decompor. Após a carne ter se esvaído, os ossos eram devidamente coletados da câmara temporária externa e colocados numa caixa de calcário, conhecido como ossário. Ninguém até hoje sabe precisar por que, antes do nascimento de Jesus, iniciou-se o costume de usar ossário. Alguns arqueólogos suspeitam que a crença judaica na ressurreição carnal levou o povo à coleta dos ossos, a fim de serem preservados para o dia da ressurreição.

Por ter morrido no fim da tarde de uma sexta-feira, Jesus teve que ser levado às pressas para uma tumba, antes do crepúsculo vespertino e do início do grande sábado ou sabáth. A tumba recém-escavada da família de José de Arimatéia ficava nas redondezas, e atenderia à família de Jesus até que seu corpo depois de embalsamado, pudesse ser removido para um local de repouso definitivo. Mas, “no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” (Mateus 28.1). Diz o evangelho de Marcos (16.1), que as mulheres “compraram aromas para irem embalsamá-lo” para poderem sepultar o Senhor Jesus, foram surpreendidas! Encontraram a grande pedra removida, e a invés do corpo de Jesus, encontraram “um jovem assentado à direita, vestido com uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas” (v.5). Apenas os lençóis de linho branco estavam ali! Jesus venceu a morte, deixando a tumba vazia! O anjo anunciou às mulheres que ali foram embalsamar o corpo do mestre, para sepultá-Lo: “Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou como havia dito. Vinde, vede o local onde o Senhor jazia” Mateus 28.5-6).

Jesus venceu a morte e ressuscitou! Nossa esperança também é viva porque está alicerçada na ressurreição de Jesus Cristo entre os mortos. E Ele mesmo disse: “Porque eu vivo, e vós também vivereis” (João 14.19). “Se não Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” ( I Coríntios 15.14) . Ele não está mais no túmulo, a tumba está vazia! Jesus ressuscitou! Regozijemo-nos! Ele vive! Aleluia!

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