quarta-feira, 9 de março de 2011

“ISTO É O MEU CORPO... e “ISTO É O MEU SANGUE...” (II)


Pr. José Barbosa de Sena Neto
O que nos chama à atenção são as palavras de Jesus depois da ação de graças: “Isto é o meu corpo... isto é o meu sangue, o sangue da aliança”. Como poderia Jesus dizer que em Suas mãos estavam o Seu próprio corpo e o Seu próprio sangue, quando Ele ainda estava vivo no meio dos discípulos, habitando o mesmo corpo com o qual nascera da bendita Virgem Maria e com o qual andara e ainda estava andando na companhia dos discípulos? Portanto, voltamos a afirmar, que a assim-chamada “transubstanciação”, ultimamente chamada de “transfinalização” ou “transignificação”, fere de maneira absurda a inteligência das pessoas sensatas! Os católicos romanos não procuram a razão lógica da sua fé, crê em tudo que os seus teólogos lhes enfiam garganta abaixo, pois se “Roma locuta, causa finita”, se aceita tudo sem contestação, daí o significado da palavra “fiel” que o católico romano recebe!
Outro fato interessante para o qual devemos lançar nossos olhares é o fato de Jesus, após ter abençoado o vinho, o tenha chamado de “o fruto da videira” (Mateus 26.29; Marcos 14.25; Lucas 22.18). Isso demonstra de forma cristalina que a substância do vinho não havia mudado! E o apóstolo Paulo age do mesmo modo, quando chama os elementos da Ceia do Senhor de pão e de vinho! (I Coríntios 11.26).
As narrativas da instituição da Ceia do Senhor e na Carta de Paulo aos Coríntios tornam claro, cristalino, que o Senhor Jesus falou em sentido figurado, quando disse: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue...” (Lucas 22.20b). E Paulo escrevendo a sua Primeira Carta aos Coríntios, após 25 anos que Jesus instituiu a Ceia, cita Jesus dizendo: “Este cálice é o novo testamento (ou nova aliança) no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes (manducação) este pão e beberdes (potação) este cálice anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha” (I Coríntios 11.25-26).
Notemos que nestas palavras Ele usou uma dupla figura de linguagem. O cálice representa o vinho e o vinho é chamado de novo testamento ou nova aliança. O cálice não era literalmente a nova aliança, embora definitivamente declarado, como o pão foi declarado ser o Seu corpo. Eles não beberam o cálice literalmente, como também não beberam literalmente a nova aliança! Como é ridículo dizer que eles assim o fizeram! O Seu corpo também não foi o pão literal, nem o vinho, seu sangue literal. Depois de dar o vinho aos Seus discípulos Jesus disse: “Pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus” (Lucas 22.18). Assim o vinho, mesmo que dele Jesus tenha tomado e depois dado aos Seus discípulos, continuou sendo o fruto da videira! Nenhuma “transubstanciação” ou “transfinalização” ou “transignificação” houve na substância! E isso aconteceu depois da oração de consagração que Jesus fez, quando a assim-chamada Igreja Católica Romana supõe e ensina que aconteceu a alteração, mesmo tendo Jesus e Paulo declarado que os elementos, a substância, continuam sendo pão e vinho!
Voltamos a enfatizar que na ocasião em que estas palavras foram ditas, o pão e o vinho estavam sobre a mesa, diante dEle, e Ele estava assentado à mesa em Seu corpo, como qualquer pessoa viva! Lembremo-nos que a crucificação ainda não havia acontecido! Ele – Jesus e Seus discípulos – comeram a Ceia antes da crucificação! Portanto, não podemos fazer algo em memória de alguém que está presente, como a Igreja Católica Romana faz, dizendo que Cristo está presente na missa! Notemos que ao invés de corpo, sangue, alma e divindade nos elementos, Paulo vê pão e cálice. Se o apóstolo Paulo cresse na presença real, corporal de Cristo sob as aparências do pão e do vinho, com certeza ele não teria dito: “até que Ele venha”, pois Jesus já estaria ali presente! O próprio Jesus ao afirmar: “...fazei isto em memória de Mim” (Lucas 22.19), teria excluído “ipso factoa presença!Esta é a lógica! Da mesma forma se no pão Jesus se tornasse física e corporalmente presente – como afirma a Igreja Católica Romana – “... debaixo destas (espécies do pão e do vinho) está Cristo completo, presente na sua realidade física, mesmo corporalmente...” (Paulo VI, in Mysterium Fidei, 46), evidentemente a Ceia não seria em memória!
A Ceia do Senhor instituída por Jesus não foi um tipo de operação mágica, mas exclusivamente um memorial! E com que finalidade? Com o objetivo de convocar todos os cristãos, através dos séculos, a que se lembrassem da crucificação do Senhor Jesus e de todos os benefícios dele provenientes! Um memorial não representa a realidade, como no caso de serem pão e o vinho o Seu verdadeiro corpo e sangue, mas uma coisa totalmente diferente, que serve apenas como lembrança da coisa real. É perfeitamente óbvio a qualquer leitor observador inteligente que a Ceia do Senhor foi especialmente instituída como uma simples festa memorial.
Segundo a assim-chamada Igreja Católica Romana, aquilo que os sentidos apreendem depois da consagração do pão e do vinho, na assim-chamada “transubstanciação”, são os acidentes. Ora, quando Jesus transformou a água em vinho, em Caná da Galiléia, as características da água desapareceram, porque a água deixou de existir e se transformou em vinho, conforme está escrito em João 2.9-10. Por que após a oração consecratória, o ápice da missa católica romana, o pão não se transforma em carne e o vinho não se transforma em sangue, a exemplo do milagre que aconteceu em Caná da Galiléia? Será que este episódio não será bastante claro à nossa inteligência?

Um comentário:

Câmara Municipal de Novo Repartimento disse...
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