Pode ser que muitos
dos companheiros e líderes não concordem como todo ou em parte das palavras
que serão ditas abaixo, mas a grande verdade é que estamos vivenciando, como
povo de Deus que somos ou deveríamos ser, situações estranhas à Sagradas
Escrituras.
Líderes evangélicos
sérios e comprometidos com a Palavra tem levantado no Brasil um clamou chamando
a nossa atenção por uma reforma na Igreja em nosso País. Mas que caminho
correto devemos seguir para o bom êxito dessa reforma tão almejada por alguns
poucos? Creio que os passos deverão ser os mesmo tomadas no Século XVI. Devemos
nos voltar para as Sagradas Escrituras e somente para elas, deixando de lado
quaisquer crenças que não estejam fundamentadas na inerrante, infalível e
suficiente Palavra de Deus e fugir desse pragmatismo desenfreado que invade as
nossas igrejas. A reforma da teologia sempre desemboca na reforma ética. A sã
doutrina baliza a vida. Aquilo que cremos é o fundamento da conduta de cada um
de nós.
Muitas pessoas que
se dizem ‘pastores’ e proclamadores da Palavra da verdade, que pipocam
em todos os quadrantes de nosso País, criam da noite para o dia e defendem
heresias que fogem completamente da essência das Sagradas Escrituras. É a
ignorância da Palavra de Deus. Já no passado o profeta Oséias alertou: “O
meu povo foi destruído (está sendo destruído) porque lhe faltou
(falta) o conhecimento...”. Oséias 4.6) O profeta Malaquias nessa mesma
linha de pensamento afirma: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o
conhecimento, e da sua boca os homens procuram a instrução, porque ele é
mensageiros do Senhor dos Exércitos” (Malaquias 2.7). Quando a liderança é
confusa, o povo é entregue a toda sorte de doutrinas estranhas, e a sã
doutrina é colocada de lado. Cabe aos verdadeiros líderes, homens de Deus,
vigiarem e proteger o rebanho do Senhor de ataques perverso dos lobos vorazes.
Paulo advertiu: “Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão
no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós
mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os
discípulos após si”. (Atos 20. 29-30).
Aquele que são
chamados e vocacionados para pastorear a Igreja de Deus precisam conhecer e
muito bem a palavra e saber discernir o que vem de Deus e o que é fogo
estranho. Se os líderes não estiverem comprometidos com a Verdade, jamais –
JAMAIS – combaterão o erro.
O apóstolo Paulo
ensina que o obreiro precisa conhecer muito bem as Sagradas Escrituras, para
poder bem interpretá-las. Esse conhecimento não necessariamente precisa
passar por um treinamento formal num curso teológico acadêmico. Há pessoas que
são autodidatas e têm um domínio extraordinário das verdades bíblicas, sabem
pesquisar, sabem a fontes cristalinas. A ordenança divina é esta: “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade” (II Timóteo 2.15). O resto é
invencionice.
Nos últimos tempos
muitos obreiros, até conhecidos líderes, defendem ardorosamente conceitos e
correntes teológicas a ponto de se esquecerem de defender Cristo e a sua
mensagem. Perguntamos: até que ponto a discussão sobre o Calvinismo extremando
ou moderado e o Arminianismo clássico pode ser saudável para o cristão dos
nossos dias? Nós, os obreiros, precisamos conhecer o que diz esta ou aquela
vertente teológica. Examinar com precisão o que essas correntes dizem e se suas
afirmações estão amparadas mesmo ou não na Palavra de Deus. Deus não tem
compromissos nenhum com a palavra do homem, mas com a sua Palavra. O profeta
Isaías diz: “...assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará
para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a
enviei” (Isaías 55.11). Nós, pastores, que somos de fato vocacionados e
chamado por Deus, assim o fomos, porém, para pregar única e exclusivamente a
Palavra. Paulo inspirado pelo Senhor Deus dar instruções: “...prega
a palavra (imperativo, uma ordem), insta, quer seja
oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina”. (II Timóteo 4.2). Instar é pedir com
insistência, com instância,, solicitar reiteradamente, insistir.
Nosso papel, como
pastores e líderes, não é discutir correntes teológicas no púlpito, mas expor a
Palavra de Deus, pois ela é viva e eficaz. O autor de Hebreus diz: “Porque a
palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”
(Hebreus 4.12). E Paulo diz mais: “Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que fostes inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde
a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação
pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda
boa obra”. (II Timóteo 3.14-17).
As correntes
teológicas são uma sistematização humana que podem ajudar na melhor compreensão
da verdade, mas elas não substituem a Verdade! Nosso papel é pregar a Palavra e
não as correntes teológicas de nossos púlpitos. Que isso vem claro, sem sobra
de quaisquer dúvidas. O apóstolo mais uma vez é oportuno, quando escreve: “Porque
tanto os judeus pedem sinais, como o s gregos buscam sabedoria; mas nós
pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os
gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a
Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (I Coríntios 1.22-24). Para isso
fomos chamados e comissionados, não nos esqueçamos disso, jamais!
Muitos de nós, os
pastores, estamos mais preocupados em defender a fé do que propriamente pregar
o Evangelho, que segundo alguns estudiosos seria o mais importante. Penso que o
Evangelho precisa ser proclamado. Esse é o nosso papel primordial como pastores
que somos ou dizemos ser e como crentes em Cristo Jesus que somos. O Senhor
Jesus disse, dando-os uma ordem: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho
a toda criatura” (Marcos 16.15). Há momentos, entretanto, que precisamos
defender o Evangelho. Eis o que nos diz o apóstolo Paulo: “Alguns,
efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de
boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do
evangelho” (Filipenses 1.15-16).
Quando os hereges
atacam a fé cristã, precisamos de mestres que, como sólido conhecimento,
reprovem as heresias dos falsos mestres, e firmem na mente do povo, as verdades
eternas das Escrituras Sagradas. Foi isso, por exemplo, que Paulo fez quando os
membros das seitas dos fariseus falaram para os crentes gentios que se eles não
se circuncidassem não poderiam ser salvos. “Alguns indivíduos que desceram
da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de
Moisés, não podeis ser salvos... insurgiram-se, entretanto, alguns da seitas
dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e
determinar-lhes que observem a lei de Moisés” (Atos 15.1,5). Para refutar
esses hereges, Paulo escreveu sua carta aos Gálatas, e nessa carta, Paulo
repreende os crentes que estavam sendo seduzidos pelo falso ensino desses
judaizantes: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos
chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que
há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas,
ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do
que vos temos pregado, seja anátema” (Gálatas 1.6-8).
A responsabilidade
de pregar o Evangelho da graça foi dada a todos aqueles que foram vocacionados
e chamados para salvar vidas. Mas hoje em dia está difícil encontrar
verdadeiros e fiéis proclamadores da graça de Cristo, porque muitos de nós
estamos, quem sabe por descuido ou entusiasmos outros, envolvidos com assuntos
para os quais os Senhor não nos vocacionou e chamou. No entanto, muito embora
haja um surto de falsos mestres, com suas perniciosas heresias, é preciso
lembrar que há ainda “sete mil... não se dobraram a Baal, o toda aboca que o
não beijou” (I Reis 19.18).
Muitos dos nosso companheiros podem até mesmo
não concordar com as minhas palavras, e é um direito que lhes assiste, mas se
dermos uma boa olhada para o cenário nacional, tenhamos que forçadamente ver e
admitir isso, quer queiramos ou não!...
Há um remanescente
fiel que, mesmo no anonimato, permanece fiel a Cristo e à sua Palavra. O que
importa é que, nós que fomos alcançados pela graça devemos pregar “a tempo e
fora de tempo” (II Timóteo 4.2 (corrigida). A verdade é como a luz, sempre
quando ela chega espanta as trevas. A verdade prevalece e ninguém pode ir
contra ela!
Saibamos todos:
primeiramente, que a vocação pastoral é sublime! Precisamos nós, os pastores,
compreender a grandeza dessa obra e para a qual fomos chamados. Paulo escreve:
“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”
(I Timóteo 3.1). Segundo, precisamos fazer essa obra com muita, mas muita
humildade, alegria e unção do Espírito Santo. Sem unção, aquele vinda do alto,
bateremos apenas em ferro frio. Pensemos sobre isso. Terceiro, a vida de nós,
os pastores, é a vida do seu pastorado. Não há como dissociá-la, jamais! O
exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz de fazê-lo!
Quarto, precisamos conjugar conhecimento e piedade, ou seja, ter luz na mente e
fogo do coração. Precisamos orar e orar, e pregar e pregar com fervor. João
Wesley, sua história às vezes desconhecida de muitos de nós, dizia: “ponha
fogo no seu sermão ou ponha o seu sermão no fogo”. Muitos sermões que hoje
são proclamados e ouvidos por aí afora, penso, apenas penso, deveria ser jogado
no fogo... Eles não batem com a vida íntima do pregador... Quinto, nós, os
pastores, precisamos amar a Deus e as ovelhas de Deus. Uma coisa é amar a
pregação, outra completamente diferente é amar as pessoas para quem pregamos.
Nós, os pastores, precisamos ter o cheiro de ovelha e não simplesmente
de perfumes franceses de últimas gerações!...
Interessante
observar, é que o ser humano tem uma tendência inata para seguir o que é
errado. A estultícia está ligada ao coração do homem desde a sua meninice. A
inclinação para o erro é a tendência natural do ser humano. Por isso, as seitas
crescem, as heresias são acolhidas com tanta facilidade e os falsos mestres são
tão populares. O crescimento da assim-chamada “teologia da prosperidade”
é resultado da falta da verdadeira pregação, a pregação do Evangelho da graça,
a mensagem da cruz. O Evangelho cristalino nunca foi popular. Ele está na
contramão do que pensa o mundo. O Evangelho verdadeiro e cristalino fere, do
qual escorre o sangue de Jesus, fere o orgulho do homem. Ele não promete
amenidades, mas exige renúncia e mudança radical de vida. Não promete riquezas
neste mundo, mas herança imarcescível no céu! Mais do que combater a “teologia
da prosperidade” precisamos pregar o Evangelho, pois quando um homem, o
pior que ele seja, é convertido e se rende aos pés de Jesus, diante da sua
cruz, então, de fato, ela passa a ser próspero, pois tem vida superlativa,
maiúscula e abundante em Cristo Jesus. Há muita gente acreditando, piamente, na
“teologia da prosperidade”, mas caminhando recreativamente para o
inferno e não sabe disso!... Mesmo sendo pobre é muito rico, pois é Filho
de Deus, herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo, pois Paulo afirma: “Ora,
se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo...”) Romanos 8.17).
Precisamos pregar
com fidelidade, orar com fervor, buscar a santidade, viver sensata, justa e
piedosamente neste mundo. Não pode existir um abismo entre o que falamos e o
que fazemos. Não pode existir um hiato entre nossa teologia e a nossa ética e
vida familiar e social. Às vezes o povo não nos escuta, porque o som das nossas
palavras são abafados pelo exemplo que damos. Não nos esqueçamos que temos
vizinhos e eles escutam e vê... Eles tem ouvidos para escutar e olhos para
ver... Isto é muito sério. Não podemos pregar uma coisa e viver outra.
Precisamos ser consistentes! As pessoas reconhecem, de longe, se houve mudanças
em nossa vida e quando elas presenciam mudanças, elas almejam também ter este
mesmo tido vida e aí sim, a nossa voz é ouvida, às vezes no silêncio do nosso
viver!
A Bíblia Sagrada está
cheia de homens e mulheres que tiveram suas vidas mudadas radicalmente. A
Bíblia está cheia desse equilíbrio. Jesus, o Verbo eterno, “se fez carne e
habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1.14). Nós, devemos
crescer “na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (II
Pedro 3.18). Para se alcançar esse objetivo, devemos nos esmerar no estudo
diuturno, das Sagradas Escrituras. Devemos buscar a face de Deus em oração,
diariamente, várias vezes ao dia, rogando a Ele que nos ilumine, nos capacite e
nos revista de poder para viver de forma piedosa.
Mas, precisamos
entender: o conhecimento não é apenas intelectual, mas, sobretudo, relacional,
intimidade com o Senhor nosso Deus diariamente! Quanto mais conhecemos a Deus,
mas O admiramos! Mais nos deleitamos nEle. Mais desejamos torna-Lo conhecido!
Para isso que o
Senhor nos vocacionou e chamou para o ministério! Só para isso! Nada mais que
isso!
Lembremo-nos
constantemente do que escreveu o apóstolo Paulo: “Nenhum soldado em serviço
se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo pé satisfazer àquele
que o arregimentou”! (II Timóteo 2.4).
Meu Senhor, obrigado
por estares transformando a minha vida, milagrosamente, a cada vez mais do que
ontem, para que eu possa ser apenas e unicamente o teu servo!... Obrigado,
Senhor!
Abraços,
O vosso menor
conservo e inútil,
Pr. Barbosa Neto
Fortaleza – CE.
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