quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

DISCERNINDO BEM O TEMPO PRESENTE...


Neste início de novo ano, precisamos discernir bem o tempo presente. Quando se fala  em discernir o tempo presente, grande parcela do assim-chamado mundo evangélico entende que o assunto é de cunho profético, envolto numa interpretação de profecias bíblicas para os nossos dias.
 
Há várias palavras no hebraico e grego bíblico que são traduzidas pelo verbo discernir ou por seu  substantivo – discernimento. Dentre elas podemos destacar  os sinônimos: entender, discriminar, considerar, perceber, observar, fazer distinção, examinar, ser inteligente, ter prudência. (Salmo 19.12; Jonas 4.11; I Pedro  3.7; Efésios 3.4; I Coríntios 12.10; Hebreus 5.14; Mateus  16.3; Lucas 12.56; Hebreus 4.12; Salmo 36.3). 
 
Discernir significa balizar a maneira de pensar, a fé e a prática de vida a partir  da Palavra de Deus, confrontando com o que está acontecendo no mundo, a nossa volta e conosco. Significa também distinguir o quanto temos sido influenciados por conceitos antibíblicos e voltarmos (arrependimento) para o centro da soberana vontade de Deus. Paulo nos orienta: “Rogo-vos, pois, irmãos... não sede conformados com este mundo, mas sede transformados (voz passiva, modo imperativo) pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.1,2).
 
Em tempos atuais com o surgimento de tantos absurdos teológicos, práticas eclesiásticas cada dia mais extravagantes (recentemente foi publicado um convite para uma “balada tropical gospel, para que jovens venham dançar e se divertir, a caráter) deturpações de textos bíblicos e inversões dos valores cristão e éticos, é cada vez mais importante discernir os ataques e ações contrárias à  vida cristã. Muitas armadilhas aparecem em nossos dias,  tentando nos desviar da centralidade de Cristo e da vontade soberana de Deus. Por isso há grande perigo em deixarmos  aberta a porta de nossa mente. É necessário termos critérios claros e convicção firme para rejeitar o que não é saudável e tomarmos decisões sábias. Esses critérios e convicções, somente adquirimos no relacionamento íntimo com Deus, buscando nas Sagradas Escrituras e na comunhão através da oração, compreender qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 
 
Com a atual confusão teológica emergente no meio evangélico brasileiro, tem sido cada vez mais difícil  com um explicação simples, se dizer o que é um verdadeiro cristão. Por esse motivo não se distingue com facilidade as bases bíblico teológicas; não é possível saber exatamente  o que os evangélicos atuais creem em relação a vários  pontos fundamentais da fé cristã como: o sacrifício de Jesus, regeneração, justificação, pecado, santificação, soberania, adoração, etc.  o sacrifício de Jesus, regeneração, justificação, pecado, santificação, soberania, adoração, etc, pois os temas mais proeminente de hoje estão centrados no homem e suas demandas.
 
A superficialidade no estudo das Escrituras Sagradas causada pela extrema ocupação do tempo com outras coisas, em geral tem feito com que a interpretação bíblica seja delegada a líderes religiosos da teologia liberal, de uma hermenêutica moldada pela mente relativista, baseada em conceitos mundanos, ou ainda por linha doutrinária legalista. Algumas causas podem ser apontadas: abandono do exame das Escrituras (Atos 17.11); ausência de reflexão bíblica (I Timóteo  4.15); conformismo  (Romanos 12.2); passividade e medo.
 
Em meio a essa confusão teológica instalada  em grande parte nos movimentos neopentecostais, cujo ranço tem invadido também e se feito sentir em muitos denominações tradicionais, podemos observar um declínio da fé em função da ascensão da descentralização de Cristo e da centralização do homem  como motor de todas as coisas. Se de um lado a assim-chamada “teologia da prosperidade” coloca o homem e suas ambições no centro, fazendo de Deus um serviçal, de outro perfil o misticismo medieval (ausência de fé bíblica e ênfase exagerada na experiência) busca na experiência sensorial, sentir Deus. (Colossenses 2.23-3.1-3).
 
Onde as Escrituras não são cridas como infalível Palavra de Deus inerrante, conceitos liberais e antibíblicos surgirão para nortear as convicções, somado a tudo isso o materialismo gerando a secularização da vida. Pensemos nisso com profundo e sério discernimento neste tempo presente.      
 
    

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