sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A MÁSCARA DAS 'APARIÇÕES' DE FÁTIMA CAIU...



* Pr. José Barbosa de Sena Neto
pastorbarbosaneto@yahoo.com.br


De 1917 a 1930 – durante 13 anos – a Igreja Romana não acreditou nas “aparições” de Fátima, pois, até hoje, essas “aparições” não fazem parte do núcleo da Fé Católica, que quer dizer que o católico romano pode deixar de acreditar nisso, e continuar a ser católico romano, sem problema nenhum. E podia ter-se apressado a reconhecê-las, porque, até então, eram já muitos os milhares de pessoas que ocorriam a Fátima, entre 13 de maio a 13 de outubro, de cada ano. Um reconhecimento oficial a que não terá sido alheio ao fato de ter saído vitorioso o golpe militar de 28 de maio de 1926, o qual institucionalizou a nova ditadura de Antônio Oliveira Salazar. O novo regime, obscurantista católico, saído deste golpe militar e presidido pela dupla Salazar-cardeal Antônio Cerejeiras, carecia de uma coisa assim, para mais facilmente se implantar nas populações.

A “senhora” de Fátima, com a mensagem retrógrada, moralista e subserviente que lhe é atribuída e que, ainda hoje, vai tão ao encontro da generalidade dos altos funcionários católicos dos Vaticano e do paganismo religioso-católico das massas populares, vinham mesma a encaixar-se... Vai daí, em lugar de continuar a hostilizar as “aparições”, a hierarquia maior da Igreja Romana, em 1930, mudou radicalmente de estratégia e reconheceu as “aparições” de Fátima como fenômeno sobrenatural! Terá percebido nessa altura que, se não adiasse mais esse reconhecimento, os lucros seriam enormes, como, efetivamente, têm sido. Lucros financeiros, lucros políticos, lucros clericais, mais uma “mina de ouro” que não podia ser desperdiçada!

A alta cúria romana incentivou às nossas populações supersticiosas que acreditassem no frevo carnavalesco solar, isto é, no “fenômeno do Sol se agitando, rodopiando e pulando fora de sua órbita, sendo que tal “fenômeno” nunca teve comprovação científica nenhuma, como prova da autenticidade da presença da “senhora” de Fátima e, é claro, de suas “mensagens proféticas”, as quais se cumpririam à risca. A “senhora” disse: “A Rússia se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz”. Mas ela também advertiu que, se isso não fosse atingido, “os erros dela (Rússia) se espalharia pelo mundo inteiro, causando guerras e perseguições... e várias nações seriam destruídas”. No final, aquela “Senhora” prometeu, como prêmio de consolação, que a Igreja Católica Romana triunfaria, depois que “o santo padre ( o papa) me consagrar à Rússia”. Dentro de poucos anos, o culto à “Senhora de Fátima” havia atingido grandes proporções.

O Vaticano levou à sério as promessas da “senhora” de Fátima. Eugênio Pacelli, o futuro Pio XII, a eminência parda por detrás de Pio XI, patrocinou uma política de apoio ao fascismo na Itália e ao nazismo na Alemanha, no sentido de cumprir a profecia da “senhora” de Fátima. Foi então que ele se tornou o instrumento principal da ascensão de Hitler ao poder. Ele o fez, forçando o Partido Católico a votar nas últimas eleições gerais da Alemanha, em 1933. O fascismo e o nazismo, além de esmagarem o comunismo na Europa, também esmagaria a Rússia comunista! Em 1929, Pio XI assinou uma Concordata e o Tratado Laterano com Mussolini, chamando por ele de “o homem enviado pela Providência Divina”. Em a933, Hitler se tornou o chanceler da Alemanha. Em 1936, Franco começou a Guerra Civil. Em 1938, dois terços da Europa já eram fascistas e os rumores da II Guerra Mundial eram ouvidos mais e mais, em toda parte. Ao mesmo tempo, contudo, a Europa também se tornara ‘fatimizada’. O Vaticano deu a maior promoção ao culto à “senhora” de Fátima, com ênfase sobre a promessa de conversão da Rússia, feita por ela! Em 1938, o núncio papal foi enviado a Fátima e a quase um milhão de peregrinos foi dito que aquela “senhora” havia confiado três grandes segredos às crianças videntes. Estava preparado o engodo!

Depois disso, em junho daquele mesmo ano, a então única sobrevivente das três crianças– a Lúcia, que faleceu recente – controlada pelo seu confessor, sempre em contato com a hierarquia católica, e daí com o Vaticano, ‘revelou’ o conteúdo de dois dos três grandes segredos. O primeiro, uma visão do inferno, de acordo com a concepção do clero romano. O segundo, uma reiteração que a Rússia se converter à Igreja Romana. O terceiro, foi entregue num envelope selado e posto sob a custódia da cúria romana, não podendo ser revelado antes de 1960. A memória do brasileiro é muito falha. Mas, alguém se lembra da revelação do terceiro segredo, após pressão constante dos católicos do mundo inteiro? “Um homem de branco alvejado...” Nem os próprios católicos e devotos da “senhora” de Fátima, acreditaram naquela estória da carochinha! O silêncio total se faz ouvir até hoje nos meios católicos mais fervorosos...

Em 1938, as ditaduras fascistas começaram a falar a mesma língua: a aniquilação da Rússia. No ano seguinte, estourou a II Guerra Mundial. Em 1940, a França foi derrotada. A profecia daquela “senhora” ia se cumprir. No Vaticano, havia grande regozijo. Em 1939, Pacelli já havia se tornado papa, com o nome de Pio XII. Enquanto os exércitos nazistas se colocavam ao redor de Moscou, Pio XII, dirigindo-se a Portugal, apressava os católicos a orar pela rápida realização da promessa da “senhora”` de Fátima. Mas... o tiro saiu pela culatra!

A “senhora” perdeu a guerra e o império nazi-fascista se evaporou, após o colapso de Hitler. Em 1945, a II Guerra Mundial terminou e a Rússia, para vexatória surpresa de Pio XII e de sua “senhora”, emergiu como a segunda maior potência mundial. Conclusão: a “senhora” de Fátima mentiu em suas ‘profecias’! E agora, como fica?

* pastor batista, foi sacerdote católico romano durante 22 anos consecutivos, é autor do livro ‘Confissões Surpreendentes de um ex-Padre”., conferencista.

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