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Em artigo anterior, analisamos que a Igreja de Tessalônica era uma igreja operante, receptiva à Palavra de Deus e aos líderes do Senhor e muito paciente. Mas observamos, também, que a Igreja de Tessalônica era uma igreja exemplar (I Ts 1.7). Paulo declara claramente que aquela igreja se tornara “o modelo para TODOS os crentes...”. A cidade de Tessalônica estava situada em uma encruzilhada e era um importante centro. A igreja de lá era muito conhecida e o relatório de seu vibrante testemunho foi espelhado por todo o mundo romano. Outras igrejas foram moldadas por ela. A nossa igreja local tem sido assim?
O que vemos hoje por aí afora são Igrejas cheias de “propósitos” e superlotadas de pessoas vazias sem as marcas do “nascer de novo” sem o qual ninguém “pode ver” e nem “entrar no reino de Deus” (João 3.3, 5). São igrejas transbordantes de pessoas ansiosas pelas “bênçãos do Senhor”, mas que não querem nem um compromisso com o Senhor das bênçãos, igrejas transbordando de crentes mal-alimentados, subnutridos da Palavra, com semblante espiritual anêmico, nada operoso, nada abnegado! Determinadas igrejas são conhecidas principalmente por seu mundanismo e falta de dedicação total ao Senhor Jesus, o qual deveria ser Senhor absoluto de suas vidas. Que privilégio ser membro de uma igreja como a de Tessalônica!
Ela era, também, uma igreja missionária (I Ts 1.8). E Paulo é enfático: “... porque de vós repercutiu a Palavra do Senhor não somente na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus...”. Ali estava uma igreja local, cuja luz não se escondia debaixo do alqueire, mas brilhava constantemente para Cristo! A palavra traduzida por “repercutiu” significa o toque agudo e sonoro de uma trombeta e assim era o testemunho vivo daquela igreja!
Aquela igreja não influenciou sua responsabilidade apenas em casa. Ela compartilhava a sua “fé para com Deus” na sua própria região. Isso é essencial para o cumprimento da Grande Comissão em nossa geração. Muitas das nossas igrejas pensam que a evangelização deve estar centralizada principalmente em ‘grandes concentrações’, realizadas uma ou duas vezes por ano, em momentos especiais. Entretanto, o verdadeiro evangelismo praticado naquela igreja constava de um programa efetuado, dia após dia, semana após semana. Ela tinha por hábito a vivência constante de fazer repercutir a sua fé em Deus por toda a parte! Aqueles crentes sabiam evangelizar dia após dia! E nós, sabemos evangelizar como estilo de vida diário?
A igreja que não possui visão dos milhares e milhões que perecem em lugares distantes é uma igreja fria, sem entusiasmo, sem operosidade, sem abnegação, é muito pobre, embora algumas sejam ricas em bens materiais... Mês após mês, milhares de pessoas afluíam a cidade de Tessalônica e algumas delas iam sendo despertadas pelo evangelho, convertiam-se a Cristo Jesus e movimentavam-se por todo Império Romano, dando testemunho a respeito do Salvador.
Ela era, também, uma igreja separada. (I Ts 1.9-10). Paulo emprega uma palavra muito adequada para descrever o impacto do evangelho sobre esses crentes, afirmando que os tessalonicenses haviam se convertido: “.... deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro”. Era separada do pecado, dos ídolos, da sua velha maneira de ser. Separada. Santa.
Conversão significa uma transformação completa e visível da vida e essa mudança sempre acompanha o novo nascimento! Outrora, vidas as piores possíveis, mas hoje, homens e mulheres de Deus! Este é o maior de todos os milagres! Ah, quanta falta nos faz ouvirmos sempre e sempre mensagens sobre o “ nascer de novo”!... É uma mensagem antiga, mas que se renova a cada dia! Os ‘modismos’ a tem afastado de nossos púlpitos. Quanta saudade elas nos faz!
Nesta época em que vivemos de tentativas superficiais de aproximação impregnadas de novos paradigmas às coisas espirituais, quando o marketing e a psicologia são confundidos com a proclamação do Evangelho da Graça, é preciso sempre lembrar que Jesus afirma que o novo nascimento é condição sine qua non para que tenhamos o nosso nome inscrito no Livro da Vida do Cordeiro, e que este novo nascimento consiste em “nascer do Espírito”, e que tal fato é infinitamente mais do que uma ‘decisão emocional’, um simples levantar de mão, embora esteja incluído o ato da vontade humana, e que o “nascer de novo” é obra inteiramente de Deus, e não o resultado de uma persuasão humana hábil e persistente. É uma transformação radical realizada pelo poder do Espírito Santo, e que resulta em uma vida completamente nova e diferente! O maior milagre que precisamos hoje é de vidas realmente transformadas radicalmente pelo poder do Espírito Santo!
Paulo menciona, então, a expectativa que se apoderou dos tessalonicenses, que os levara a esperar ansiosamente “dos céus o Seu Filho”. Conquanto a palavra “converterdes”, no verso 9, descreva uma ação que era feita uma vez por todas, as palavras “servirdes” e “aguardardes” nos versos 9 e 10 indicam uma ação presente e representam uma atitude constante e contínua. A cada dia aqueles crentes esperavam que Jesus voltasse! E nós, temos estado também, ansiosos pela volta de Jesus, para arrebatar a Sua Igreja? Temos pregado sobre a volta iminente de Jesus em nosso púlpitos?
Eis a descrição divina de uma igreja espiritual, ganhadora de almas, e que honrava ao Senhor Jesus. As características por ela apresentada, poderiam servir de prova para cada uma de nossas igrejas locais verificar até que ponto seu ministério e testemunho estão agradando ao Senhor. Pensemos seriamente sobre tudo isso, meus queridos irmão!...
* pastor batista, ex-sacerdote católico romano por 22 anos consecutivos, autor do livro "Confissões Surpreendentes de um ex-Padre" já em terceira edição ampliada, conferencista, missionário na cidade do Crato-CE.
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